Está em vigor uma grande campanha de vacinação contra a Influenza H1N1, que se estenderá até maio. A expectativa é a de vacinar 91 milhões de brasileiros. Os quatro grupos indicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a vacina são gestantes, indígenas, doentes crônicos e profissionais que atuam em serviços de saúde e estão envolvidos diretamente no atendimento aos pacientes.
Além destes, outras três parcelas da população, que apresentaram maior gravidade na incidência da influenza A H1N1 registrada em 2009, receberão as doses com base nos dados epidemiológicos nacionais, crianças entre 6 meses e 2 anos de vida e adultos de 20 a 29 e em seguida os de 30 a 39 anos.
“A vacina não é obrigatória. No entanto, todos aqueles pertencentes a algum desses grupos devem se vacinar, para não apenas evitar contrair a doença, mas também minimizar suas complicações”, alerta dr. Mauro Gomes, presidente da sub-comissão de infecções respiratórias e micoses da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT).
Uma pesquisa do Ministério da Saúde com 1.300 pessoas de todos os estados, no mês de fevereiro, demonstrou que, apesar da extensa divulgação da campanha, 36% dos entrevistados não tinham conhecimento da vacinação. Entre os jovens de 18 a 25 anos de idade, somente 55% sabiam a respeito.
Os dados alarmantes não param por aí. A forma de divulgação da vacinação mais citada entre aqueles que afirmaram ter conhecimento da campanha é a TV (89%), e apenas 2% receberam a informação de médicos, em hospitais ou em postos de saúde. Vale ressaltar que as secretarias estaduais de saúde, que disponibilizaram 36 mil pontos de vacinação por todo território nacional, são as responsáveis pela aplicação das vacinas.
Dr. Mauro explica que, quanto mais pessoas se imunizarem, menor será a circulação do vírus e, consequentemente, isso diminuirá a incidência da doença. “A única contraindicação é para alérgicos a ovo, pois esta vacina é cultivada no processo clássico, em ovos de galinha embrionados”.
Incidência de Influenza A nos grupos vacinados
De acordo com dados do MS, 22% dos indivíduos que apresentaram síndrome respiratória aguda grave por influenza pandêmica eram gestantes. A incidência de ocorrências também foi alta em doentes crônicos, crianças menores de dois anos e adultos com idade entre 20 e 39 anos.
“Os indígenas foram incluídos no grupo por conta da vulnerabilidade a infecções. Já os profissionais da saúde devem ser vacinados para garantir o funcionamento dos serviços de atendimento à população”, afirma dr. Mauro.
São considerados portadores de doenças crônicas basicamente aqueles que sofrem com obesidade, diabetes, doenças respiratórias, problemas cardíacos ou imunodepressão. Entre as doenças respiratórias, estão a asma, DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), fibrose cística, bronquiectasias e fibrose pulmonar, entre outras.