De acordo com estimativas recentes da Sociedade Brasileira de Otologia, 15% a 20% da população brasileira sofrem de zumbido, e segundo o médico otorrinolaringologista Fayez Bahmad Júnior, especialista em saúde auditiva que atua no Hospital Dr. Juscelino Kubitschek – em Brasília, até 30% da população mundial têm zumbido. Isso significa que 25 a 30 milhões de brasileiros sofrem com o distúrbio, e desses, apenas 15% procuram auxílio médico adequado, relata o especialista.
O zumbido em si não é uma doença, mas um sintoma de que algo está errado na audição. Significa perceber um som que não está sendo gerado no meio ambiente naquele momento. São inúmeras as causas, entre as mais conhecidas estão as otológicas (otites, exposições a ruídos, entre outras) e as doenças sistêmicas (diabetes, pressão alta, aumento de colesterol, entre outras). “As características variam muito, em termos de intensidade, periodicidade e tipo de som percebido”, afirma Dr. Fayez.
POR TRÁS DO SOM – A alteração pode sinalizar perda auditiva, distúrbios endócrino-metabólicos, doenças auto-imunes e hipertensão. O primeiro e mais importante passo no diagnóstico é a avaliação do histórico do paciente que, junto com exames específicos, poderá determinar a causa do zumbido. A avaliação deve ser feita por um médico otorrinolaringologista. “Curiosamente, mesmo quando não há doenças graves, o zumbido pode prejudicar a qualidade de vida do indivíduo e de seus familiares”, destaca o especialista.
Em muitos casos o zumbido pode ser causado por fatores tratáveis cirurgicamente. No caso das otites, segundo Dr. Fayez, o tratamento vai depender do tipo de patologia que o paciente apresenta. Em caso de Otite Externa, por exemplo, o tratamento geralmente requer o uso de antibióticos tópicos, antiinflamatórios ou analgésicos. A cirurgia é indicada geralmente a pacientes portadores de Otite Média Crônica. Os procedimentos de nomes curiosos, timpanoplastia e a timpanomastoidectomia, são razoavelmente simples, duram entre uma e três horas. A anestesia utilizada é a geral e o paciente volta às atividades rotineiras após uma semana.
Dr. Fayez lembra que são várias as opções de tratamento, que podem incluir fisioterapia, fonoterapia, acupuntura, terapia psicológica e a indicação deve ser personalizada, de acordo com as causas encontradas em cada paciente. “Hoje em dia, pode se obter melhores resultados do que antigamente, pois o conhecimento e o interesse no assunto aumentam progressivamente”, finaliza.