O Brasil deverá colher 154,2 milhões de toneladas de grãos na safra 2010/2011 e bater novo recorde de produção. O volume representa um aumento de 3,4%, o equivalente a cinco milhões de toneladas a mais do que os 149,2 milhões colhidos na safra passada. A previsão foi anunciada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na quinta-feira (10).
Os motivos para o crescimento, segundo a Conab e o Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento (Mapa), são o aumento dos investimentos governamentais, a alta dos preços de produtos alimentícios (commodities) no mercado nacional e internacional, o avanço da tecnologia aplicada no campo, o clima favorável e o aumento de áreas plantadas.
Esse é o sexto levantamento desta safra. No último levantamento, realizado em fevereiro, a produção já havia crescido 0,7%, o que representa 1,1 milhão de toneladas.
O gerente de levantamento e evolução de safra da Conab, Carlos Bestetti, explicou que a informação de aumento da safra “traz maior tranquilidade porque representa garantia de abastecimento e estabilidade da produção brasileira”.
Bestetti explicou ainda que a previsão de recorde de produção está diretamente relacionada à liberação de recursos governamentais – por meio de linhas de crédito ao agricultor. Os investimentos proporcionaram um avanço tecnológico, que aliado ao clima favorável, resultou no aumento da produção. Para ele, a área cultivada, que registrou aumento de 3,1%, foi apenas uma conseqüência.
Outro fator para o aumento da produção destacado por técnicos do Mapa foi a alta de preços dos produtos alimentícios no mercado nacional e internacional. A expectativa de bons lucros por parte do produtor e a liberação de linhas de crédito em montante suficiente impulsionaram o avanço na aquisição de equipamentos agrícolas e no aumento da produção.
Plano Safra – O Plano Safra para a Agricultura Empresarial colocou à disposição do agricultor um montante de crédito – com juros abaixo de mercado – de R$ 102,5 bilhões para a safra. Até janeiro de 2011, cerca de R$ 56,3 bilhões haviam sido contratados pelos produtores ou aproximadamente 20.5% a mais que na safra anterior.