A Campanha Nacional de Vacinação contra Gripe, do Ministério da Saúde (MS), ocorre entre os dias 25 de abril e 13 de maio e vai beneficiar uma parcela maior da população: além dos idosos, também serão vacinados indígenas, crianças maiores de 6 meses e menores de 2 anos, gestantes e profissionais da saúde. A vacinação vai prevenir contra as gripes “comum” e Influenza A, causada pelo vírus H1N1.
Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações Regional Rio de Janeiro (SBIm-RJ), a médica Isabella Ballalai destaca a importância da inclusão de novos grupos na vacinação da gripe: “Governo de nenhum país consegue oferecer a vacina gratuitamente para toda a população. Por essa razão, o Ministério da Saúde foca sua estratégia na prevenção da doença em pessoas com maior risco de desenvolver complicações que podem provocar internações e óbito, mas isso não significa que a vacina não seja importante para todos. Quem puder, deve se vacinar nas clínicas privadas. O custo da prevenção é infinitamente menor do que o do tratamento da gripe e dos riscos que ela oferece para o indivíduo e para quem está à sua volta”, orienta a especialista em imunizações.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até 950 milhões de pessoas sejam afetadas pela gripe sazonal (comum) todos os anos. E mais: essa doença responde por 250 a 500 mil óbitos anuais. Estudos científicos mostram que a vacina consegue evitar de 70% a 95% dos casos da gripe. “Especialistas concordam que nenhuma outra doença evitável por vacina é tão prejudicial anualmente, ou resulta em taxas tão elevadas de hospitalizações, óbitos e absenteísmo às escolas e ao trabalho, como a gripe”, destaca Isabella. Dados da OMS mostram que cada dólar gasto com prevenção gera uma economia equivalente a 60 dólares que seriam utilizados em tratamento.
Cobertura vacinal – entenda a importância
A presidente da SBIm-RJ explica que o vírus influenza (causador da gripe) é extremamente mutável, o que determina a necessidade da vacinação anual. O cruzamento de vários tipos de vírus, inclusive de origens animal e humana, é responsável pelo surgimento de pandemias. “Por isso é importante imunizarmos o maior número possível de pessoas. Quanto mais ampla a cobertura vacinal, menor a circulação do vírus entre a população”, completa a médica.
Vacinação em empresas – uma tendência mundial
A maior parte das pessoas fica mais tempo no trabalho do que em casa. Pesquisas internacionais indicam que o prejuízo decorrente do absenteísmo (falta ao trabalho) ou de internações de funcionários contaminados pelo vírus da gripe chega à ordem de 3,5 bilhões de dólares anuais. No Brasil, diversas empresas já investem na vacinação de funcionários, seja bancando ou dividindo os custos. “Depois da água potável, as vacinas representaram o maior avanço em saúde pública. Nas empresas, é importante que elas sejam vistas como um tipo de EPI (equipamento de proteção individual), capaz de proteger e impactar positivamente a produtividade”, analisa Isabella.
Sobre a gripe
A gripe se manifesta cerca de 24 a 48 horas após o contato com uma pessoa doente. Um adulto pode transmitir o vírus influenza desde um dia antes de apresentar os sintomas até sete dias após o início das manifestações clínicas. Já crianças e pessoas imunodeprimidas transmitem o vírus por muito mais tempo. As pessoas costumam confundir gripe e resfriado, mas são dois quadros diferentes. O resfriado não costuma causar febre e outras complicações e dura até uma semana, já a gripe pode levar à febre alta, fortes dores pelo corpo e complicações mais graves, como até mesmo a pneumonia. Por isso, a prevenção contra a gripe é fundamental.