A troca de brincadeiras de rua pela televisão e pelo videogame tem deixadoas crianças mais fracas. Esse foi o resultado de uma pesquisa realizada noReino Unido. O estudo comparou em 2008 o desempenho em atividades comuns de umgrupo de crianças de dez anos com o desempenho de outro grupo de crianças damesma idade, em 1998. As crianças foram estimuladas a fazer atividades físicascomo exercícios de barra e abdominais. Segundo o levantamento, o grupo avaliadoem 2008 não consegue realizar os exercícios com a mesma facilidade que o grupoavaliado uma década antes. O resultado da pesquisa não surpreendeu o chefe doCentro de Ortopedia da Criança e Adolescente do Instituto Nacional deTraumatologia e Ortopedia (Into), Pedro Henrique Mendes.
“Amodernidade está fazendo com que as crianças fiquem cada vez mais na frente decomputadores, de tablets, de jogos eletrônicos. E elas não têm mais asatividades ao ar livre que elas tinham no passado. Primeiro porque não existemmais grandes áreas como existia no passado. Os pais tem que trabalhar, ascrianças ficam em creches e escolas. A gente tem um grande grupo de criançasque estão beirando a obesidade, algumas até obesas,outras bem próximo disso. Efazer o controle da alimentação e da atividade física dessas crianças é bemdifícil.”
O especialista afirma que para mudar esse cenário o exemplo tem que vir de casa. “Se os paissão obesos, se eles têm maus hábitos alimentares, se eles não fazem atividadefísica, as crianças não farão atividade física, não se alimentarão bem e serãoobesas. E não só a criança deve-se engajar no processo. Os pais têm que mudarisso e mudar seus hábitos. Segundo passo é estimular as crianças a semprefazerem atividade física, não necessariamente a nível competitivo, mas porlazer e procurar com a criança adequar os horários, tantas horas para ocomputador, tantas horas para atividade física”. Oespecialista acrescenta que além destas dicas, é importante cuidar daalimentação dos pequenos.
Reportagem, Juliana Costa (Ministério da Saúde)