O governador Geraldo Alckmin autorizou o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) a contratar até dezembro deste ano 69 pesquisadores, já aprovados em concurso, para atuar nos novos laboratórios do Instituto. As instalações, modernizadas a partir de 2008, receberam investimento de R$ 150 milhões em infraestrutura e aquisição de mais de 500 novos equipamentos.
Destaque entre os investimentos, o novo prédio de bionanotecnologia do Instituto, que está recebendo R$ 50 milhões do Governo do Estado, vai abrigar cerca de 20 profissionais entre os que serão convocados já neste ano. Atualmente, essa área de pesquisa é estratégica para o desenvolvimento da ciência no País. “Temos negociações com empresas para contratos de P&D no valor de R$ 45 milhões”, afirma João Fernando Gomes de Oliveira, diretor-presidente do IPT.
O investimento no prédio de bionanotecnologia é hoje o maior do Brasil na área – e representa também um dos mais expressivos do mundo, segundo Oliveira. “O IPT está se preparando para ser um agente-chave em um momento em que as economias no mundo são altamente dependentes da capacidade de inovação das empresas; a qualidade de vida da sociedade está relacionada à capacidade das empresas serem competitivas e promoverem a inovação”, afirma.
A autorização dada pelo governador possibilita ao IPT manter até 2014 a reposição automática de 1.083 cargos ligados à sua atividade-fim, que é o desenvolvimento de novas tecnologias. Na prática, isso significa que no período de vigência da autorização o Instituto poderá repor até 577 profissionais, podendo realizar um novo concurso, se necessário. “O governador foi sensível à importância do fortalecimento tecnológico do País como instrumento para o desenvolvimento econômico ao tomar conhecimento dos pleitos do IPT”, afirma Oliveira.
O diretor-presidente destaca que as novas contratações são estratégicas para o IPT se manter na vanguarda do desenvolvimento tecnológico no País, como tem acontecido historicamente desde que o Instituto ajudou a introduzir na construção civil a tecnologia do concreto armado, no começo do século 20. Outros momentos históricos para o IPT foram o desenvolvimento de usinas hidrelétricas no Estado de São Paulo, a revolução dos combustíveis nos anos 70, com participação intensa no programa Pró-álcool, e, mais recentemente, a proposição da tecnologia flex fuel para a indústria automotiva. “A próxima revolução deverá ser a de tecnologias convergentes como a bio e a nanotecnolgia, e o IPT será um importante ator nesse processo”, diz Oliveira.
As contratações serão importantes também para que o IPT execute projetos aprovados em uma carteira de R$ 177 milhões com o Fundo Tecnológico (Funtec), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Do montante de investimento previsto, R$ 156 milhões já obtiveram enquadramento e R$ 68,5 milhões estão contratados. Um dos projetos mais expressivos dessa carteira é a construção de uma planta de gaseificação de biomassa em Piracicaba (SP), que viabilizará a produção de biocombustíveis de segunda geração, a partir do processamento do bagaço de cana.
Do IPT