A procura por cursos de licenciatura tem aumentado no campus Centro do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, no município de Campos dos Goytacazes (RJ). “De 2008 a 2011, a relação candidato por vaga dos cursos de ciências da natureza, geografia e matemática aumentou 60%, 53% e 78%, respectivamente”, diz o professor Carlos Márcio Viana Lima, diretor de ensino superior das licenciaturas na instituição.
Para Lima, esse crescimento demonstra o acerto do governo federal em optar pela interiorização de cursos de formação de professores, com a garantia dos 20% na oferta de vagas. “A introdução de cursos de licenciatura no currículo da instituição foi uma ousadia dos gestores, que compreenderam a importância da formação de professores para a qualidade da educação brasileira”, disse Lima, 14 anos de magistério, cinco dos quais no instituto.
O campus oferece cursos de licenciatura em geografia, matemática e ciências da natureza, com habilitação em biologia, física e química, além de 12 cursos técnicos, cinco de tecnólogo, três de bacharelado, sete de especialização e um de mestrado. “Nossa instituição tem patrocinado uma revolução na sala de aula e implementado a discussão sobre tecnologia, comunicação e educação”, afirmou. “Ela tem facultando a nós, professores, o efetivo uso das novas tecnologias, que potencializam nossas aulas.”
Bacharel e licenciado em filosofia, com mestrado em ciência da religião, Lima leciona as disciplinas de gestão do conhecimento e filosofia e de produção, no curso de geografia. Também dá aulas de filosofia e ciências, no curso de ciências da natureza, e de filosofia e arquitetura, no curso de arquitetura.
O professor aponta a necessidade de desmistificar a ideia de que, em geral, os estudantes não querem aprender ou são desinteressados. Para ele, os alunos estão na trilha do aprendizado quando percebem a vocação de seus professores pelo saber, pela pesquisa e pela docência. Eles compreendem os caminhos, mais que apenas os conteúdos, quando estimulados a tomar posições críticas e autônomas e quando encontram pontos de intercessão com os professores, como as novas tecnologias.
Carreira — Na visão do professor Synthio Vieira de Almeida, do curso de licenciatura em geografia, há grande participação e interesse dos alunos. “Percebo que a maioria espera seguir carreira profissional em sua área de formação”, destaca Almeida, que está no magistério há 26 anos, com passagem pelas redes pública e particular de ensino (municipal e estadual).
Na rede federal, Almeida atua desde 1996 — começou na antiga Escola Técnica Federal de Campos. Além de atuar em cursos de licenciatura, com aula de ciência política, estudos afro-asiáticos e geopolítica e conflitos do mundo contemporâneo, ele leciona no ensino médio e coordena a implantação dos cursos técnicos a distância pelo programa e-TEC Brasil.
Fátima Schenini