O Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti – Caism-Unicamp está recrutando mulheres voluntárias para participarem de pesquisa com duas vacinas já aprovadas contra o HPV, o papilomavírus humano. As voluntárias devem ter entre 15 e 25 anos e serem portadoras do vírus HIV. Os HPVs são as principais causas do câncer de colo de útero. No Brasil, morre, em média, uma mulher por hora acometida por este tipo de enfermidade, afirma Júlio César Teixeira, médico ginecologista da área de oncologia do Caism-Unicamp. Ele coordena a pesquisa, de caráter internacional, já aprovada pelo Comitê de Ética da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.
As vacinas têm potencial para diminuir cerca de 70% do total de câncer de colo de útero. “Nos últimos 30 anos, a mortalidade relacionada ao câncer de colo de útero tem registrado aumento de 6%. O Papanicolaou e os exames rotineiros não estão conseguindo diminuir este tipo de doença. 100% desse câncer é causado por vírus, que são os HPVs. Então, as vacinas foram desenvolvidas para prevenir a infecção pelos HPVs”, explica Teixeira.
Ainda de acordo com ele, a infecção por HPV, cuja transmissão acontece por relação sexual, é muito comum entre as pessoas. Para os portadores do vírus HIV, no entanto, o risco para um câncer é mais alto, devido à baixa resposta imunológica do organismo.
“Durante a vida, cerca de 80% das mulheres têm contato com este tipo de vírus. Só que o organismo elimina naturalmente as infecções por vírus. Em 99% das infecções, o próprio sistema imune elimina o HPV. Mas quando esse vírus acomete uma pessoa com facilidade, e o vírus fica agindo por décadas, vão surgindo as lesões pré-cancerígenas e cancerígenas. Os HIVs têm uma diminuição da resposta imunológica. Então, eles têm uma facilidade de não só adquirir, mas de fazer com que o vírus se mantenha e desenvolva as lesões”, revela.
As vacinas já testadas em pacientes sem o vírus HIV foram desenvolvidas durante dez anos de pesquisa na Unicamp, em estudos internacionais. “São estudos feitos na Índia, Tailândia e Brasil. Estes países foram escolhidos porque os portadores de HIV têm acesso aos tratamentos fornecidos pelo governo”, afirma.
Recrutamento
Sobre o recrutamento, o ginecologista esclarece que as voluntárias devem estar fazendo uso correto das medicações indicadas pelo médico, sem outras doenças crônicas ou antecedentes de lesões por HPV. Além disso, não poderão estar grávidas, amamentando ou planejando gravidez para os próximos 10 meses.
Demais informações no telefone: (19) 3521-9228, das 10 às 16 horas.
Da Unicamp