Na data em que se comemorou o Dia do Professor (15/10), a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) quer lembrar a importância da saúde desses profissionais que lidam diariamente com as nossas crianças e, por este motivo, ficam mais vulneráveis ao contágio de doenças que, normalmente, acometem os pequenos. Os educadores estão no grupo de profissionais contemplados no Calendário de Vacinação Ocupacional da SBIm com orientações especiais quanto à prevenção de doenças infecciosas, já que podem também transmiti-las para os alunos.
Sarampo
Doença infecciosa viral de transmissão respiratória, o sarampo é muito contagioso e facilmente transmitido diretamente de pessoa a pessoa (ao tossir, falar e espirrar). “A doença pode ser particularmente grave em recém-nascidos e crianças com menos de um ano de idade e em imunodeficientes”, afirma Isabella Ballalai, pediatra e presidente da SBIm – Regional Rio de Janeiro (SBIm-RJ). O sarampo, em alguns casos, evolui para complicações sérias e até mesmo fatais. O vírus pode ser transmitido de cinco dias antes do aparecimento das erupções cutâneas até cinco dias após o surgimento das características manchas avermelhadas. A prevenção pode ser feita com a vacina tríplice viral, que imuniza também contra rubéola e caxumba.
Gripe
Pesquisas norte-americanas indicam que o prejuízo decorrente do absenteísmo ou de internações de trabalhadores contaminados pelo vírus da gripe (influenza) chega à ordem de 3,5 bilhões de dólares anuais. É importante lembrar ainda que a gripe pode evoluir para complicações mais sérias, como a pneumonia. Isabella Ballalai destaca que mesmo quando não há falta, a produtividade de alunos e professores é sensivelmente afetada por consequência do forte mal-estar.
Catapora (varicela)
A primavera é o período de maior infecção. Mas engana-se quem acredita que as crianças são as únicas com risco de contrair a doença. No Brasil, estima-se que de 20% a 30% das pessoas com idades entre 15 e 24 anos, e 10% daquelas com mais de 25, ainda não tenham contraído varicela. “No adulto, costuma ser mais grave, com uma taxa de letalidade de 15 a 40 vezes maior que a verificada entre crianças saudáveis. Além disso, a ocorrência de catapora em gestantes implica em alto risco também para o feto”, alerta o médico Renato Kfouri, presidente da SBIm Nacional. “Um pequeno surto em uma escola pode levar à necessidade de afastamento de professoras grávidas que não tenham imunidade contra a doença. Um custo muito maior do que o da vacinação”, acrescenta.
A catapora (varicela) é uma importante causa de faltas ao trabalho. A pessoa infectada perde pelo menos dez dias de aula ou trabalho, e, nos casos mais graves, pode sofrer dor física, desconforto, trauma, sequelas permanentes ou mesmo a morte. Não são raros os casos de doença leve em pessoas que tomaram apenas uma dose da vacina, por esse motivo se recomenda a aplicação de duas doses. Segundo Kfouri, “esse esquema oferece de 95% a 98% de proteção contra todas as formas de catapora”. O médico destaca que os profissionais da educação, pelo maior contato com crianças, devem ter atenção redobrada à vacinação.
Meningite
Caracterizada por inflamação das meninges (membranas que envolvem o cérebro), a meningite é uma doença infectocontagiosa e atinge principalmente crianças menores de dois anos de idade, mas adolescentes e adultos também podem ser infectados. O estado do Rio de Janeiro registrou 133 casos de meningite meningocócica e 24 óbitos desde o início de 2012 até 18 de maio. Além das mortes e internações hospitalares, que são prejuízos diretos mais sentidos, a doença tem como consequência o absenteísmo no trabalho e escola, trazendo um grande ônus social e econômico. O meningococo pode levar ao óbito ou deixar o paciente com sequelas permanentes. Entre elas estão: surdez – completa ou parcial – e paralisia motora. Porém, a meningite meningocócica pode ser evitada através da imunização.
Proteção coletiva
A vacinação, além da proteção individual, também contribui para a redução da circulação de vírus. Com isso, pessoas ainda não imunizadas ou que não podem ser vacinadas devido a algumas condições clínicas, ficam menos expostas ao risco de adoecer. A SBIm orienta quanto a importância de conversar com o médico sobre a atualização da caderneta de vacinação. Vacinas como a tríplice viral (contra caxumba, sarampo e rubéola) ou a tríplice bacteriana (que previne contra tétano, difteria e coqueluche) devem ser atualizadas. Esta última o reforço recomendado é a cada dez anos para todas as pessoas. Para saber mais acesse o calendário ocupacional da SBim: http://www.sbim.org.br/vacinacao/