O Brasil bate recorde ao registrar 13,6 doadores por milhão de habitantes no primeiro quadrimestre de 2012. De acordo com o Ministério da Saúde, a meta era prevista para 2013. O índice nacional era de 11,4 em 2011 e, em 2010, ficava em 9,9. Para 2015, o objetivo é chegar a 15 doadores por milhão de pessoas. Neste início de ano, houve 726 doadores – 29% mais do que os 564 do mesmo período do ano passado.
No primeiro quadrimestre de 2012 foram realizados 7.993 transplantes. Um crescimento de 37% comparado ao mesmo período de 2011, quando foram notificados 5.842. A região Norte registrou aumento de 109% e a Centro-Oeste teve 103%. O transplante de coração teve crescimento de 61%.
Infraestrutura – A estratégia para ampliar o serviço incluiu a melhoria da infraestrutura, especialmente a capacitação de equipes para o contato com as famílias dos possíveis doadores. Outros dois fatores são o incentivo financeiro aos hospitais e a sensibilização da população por meio de campanhas anuais de doação de órgãos e tecidos.
O Brasil fechou 2011 com 2.048 doadores. O Sistema único de Saúde (SUS) oferece assistência integral ao paciente transplantado, incluindo exames periódicos e medicamentos pós-transplante. “O País possui o maior sistema público de transplantes do mundo”, diz o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Coração – Pulmão, rim, fígado e coração foram os órgãos com maior índice de crescimento no número de transplantes – 61%, 44%, 35% e 32%, respectivamente. O transplante de coração é um dos mais complexos e existe uma verdadeira corrida contra o tempo nesta cirurgia. O tempo de isquemia do órgão – período em que pode ficar fora do corpo humano – é de apenas quatro horas. No rim, por exemplo, o prazo é de 36 horas. Além disso, os avanços dos medicamentos para pessoas com problemas cardíacos reduziram a indicação do transplante, geralmente último recurso para a sobrevivência e qualidade de vida do paciente.
Os transplantes de tecidos e células (medula óssea e córnea) também registraram percentuais de crescimento, cerca de 40% de córnea e 32% medula óssea.
Rede Social – O Ministério da Saúde e a rede social Facebook firmaram na segunda-feira (30) uma parceria para incentivar a doação de órgãos no País. A nova funcionalidade visa estimular os usuários a expressarem seu desejo de ser um doador de órgãos no Brasil. A funcionalidade tem a missão de agregar e cadastrar possíveis doadores, entre os mais de 37 milhões de usuários do Facebook no País. A proposta visa também promover a importância de expressar a intenção de doar usando o poder das redes sociais.
Hospitais têm repasse maior
Em abril, o Ministério da Saúde possibilitou o aumento de até 60% no repasse de recursos para ampliação do número de transplantes no SUS. Os hospitais que fazem transplante de rim tiveram um reajuste específico de 30% para estimular a realização dos procedimentos e a redução do número de pessoas que aguardam pela cirurgia. O valor pago para transplantes de rim de doador falecido passou de R$ 21,2 mil para R$ 27,6 mil. Nos casos de transplante de rim de doador vivo, o valor passa de R$ 16,3 mil para R$ 21,2 mil.
Ainda neste mês, o Ministério da Saúde anunciou R$ 10 milhões para aquisição do medicamento imunoglobulina para pacientes que realizarem transplante de rim e apresentarem rejeição aguda ao órgão transplantado. Esta iniciativa possibilita uma rápida recuperação, além da melhoria na qualidade de vida do transplantado.
Em 2011, foram investidos R$ 1,3 bilhão para manutenção e crescimento da rede – quatro vezes mais que o total de recursos alocados para o setor em 2003, quando foram destinados R$ 327,85 milhões.