O El Niño é o aquecimento do Oceano Pacífico, que aumenta a evaporação das águas e modifica a intensidade e direção dos ventos em todo Planeta. No Brasil, normalmente a instalação desse fenômeno causa excesso de chuvas na região Sul e tempo seco no Norte e Nordeste.
O desenvolvimento padrão do El Niño ocorre primeiro com o aquecimento das águas próximas a costa da América do Sul, na altura da Linha do Equador e se estende para a região central do Oceano Pacífico.
Em 2012, a temperatura das águas na altura do litoral do Equador começaram a subir em maio, por isso a corrente de jato, que é um corredor de ventos, avançou do Oceano Pacífico para a região Sul, provocando chuvas entre o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Nos últimos 30 dias, a água ficou mais quente no meio do Oceano do que na costa da América do Sul, quando isto acontece, o El Niño é chamado de modoki. Nessas condições atuais a direção dos ventos mudou e o ar seco está sobre o Rio Grande do Sul, deixando as frentes frias concentradas entre a Argentina e o Uruguai.
Agosto normalmente é um mês seco, mas o acumulado foi bem abaixo da média na região Sul, o que trouxe frustação para os agricultores, que tinham expectativas do retorno das chuvas. Com a formação do bloqueio atmosférico no Rio Grande do Sul, setembro começa com tempo seco e quente no Estado.
Para a Argentina e o Uruguai, que tiveram os dois últimos verões de seca e calor, a concentração de chuvas traz benefícios para a instalação antecipada das lavouras de verão. Já no Brasil, o El Niño mais parecido com o de 2006/2007 faz com que o retorno das chuvas atrase. Nessas condições, setembro e outubro ainda serão meses de precipitações irregulares na região Sul.
Rafaela Fávaro