Para auxiliar principalmente os marinheiros de primeira viagem, o Centro Brasileiro de Medicina do Viajante (CBMEVi) criou o “Guia de Saúde – Viagens de Navio“. Única publicação do gênero, ele oferece orientações valiosas sobre a prevenção de problemas simples de saúde até doenças graves que podem acometer passageiros embarcados. Para ter acesso, basta fazer o download gratuito no site www.cbmevi.com.br.
“O objetivo não é alarmar, mas educar o viajante brasileiro para a prevenção de danos à saúde”, explica Isabella Ballalai, autora e coordenadora médica do guia. Ela lembra que as infecções gastrointestinais, por exemplo, são muito comuns em navios. “São causadas principalmente pelo norovírus e provocam quadros de diarreia que pode levar à desidratação”, explica a médica.
Surtos de gripe, catapora e rubéola, são outros registros frequentes em cruzeiros. “Por isso, a prevenção é fundamental”, garante Flavia Bravo, co-autora da publicação, médica do Centro Brasileiro de Medicina do Viajante e membro da Sociedade Internacional de Medicina de Viagem (ISTM, na sigla em inglês).
Entre os cuidados a serem adotados desde o planejamento da viagem estão: buscar a orientação da medicina do viajante; colocar a vacinação em dia; realizar alguns check-ups e separar medicamentos e documentos que podem (ou devem) ser levados na bagagem. Perguntas que você não pode deixar de fazer ao seu agente de viagem; como prevenir os principais riscos associados e como proceder no caso de surtos de doenças são outros tópicos.
“Na consulta da medicina de viagem, o médico vai analisar as condições de saúde e os riscos conforme o(s) destino(s), época do ano, clima, altitude e ocorrência de surtos ou doenças endêmicas nos locais a serem visitados. O profissional também vai avaliar os riscos associados às atividades que o viajante pretende realizar (caminhadas por ilhas, mergulhos, entre outras)”, destaca Flavia.
A consulta para evitar danos à saúde durante o cruzeiro deve ocorrer, preferencialmente, até 15 dias antes do embarque. Esse é o tempo mínimo necessário para que possam ser realizados exames complementares, se for o caso, e sejam adotadas as medidas de prevenção. “Para turistas que devem ser imunizados, os níveis de anticorpos desejados são alcançados, geralmente, após dez dias após a aplicação da vacina”, explica Isabella.
A bordo do navio
Além do norovírus, outros agentes infecciosos, como a Escherichia coli e a Salmonella, também podem causar diarreia. Altamente contagiosos, eles são capazes de promover surtos em cruzeiros através da simples ingestão de água ou alimentos contaminados pelos passageiros. “Por isso, medidas básicas de higiene das mãos, por exemplo, valem ouro”, ensina Flavia.
A legionelose é um risco associado a piscinas e banheiras de hidromassagem. Apesar do nome pouco conhecido, a bactéria causa essa doença que é capaz de levar à pneumonia. Por esse motivo, o Guia de Saúde – Viagens de Navio explica os sintomas e as formas de prevenção.
“A meningite meningocócica, também causada por bactéria, é outro exemplo de doença que pode gerar surtos entre viajantes em navios. Portanto, é essencial estar com a vacinação em dia”, lembra Isabella.
No balanço do mar
Problemas como mal-estar, enjoo e dor de cabeça, normalmente causados pelo balanço da embarcação, são frequentes. Por isso, o Guia de Saúde – Viagens de Navio dedica atenção ao tema. Medicações para aliviar o desconforto da náusea, como anti-histamínicos, por exemplo, podem causar efeitos secundários graves em crianças. Mulheres grávidas também precisam de cuidados especiais.
Turista responsável é turista consciente
O Guia de Saúde – Viagens de navio ensina ao turista quais são as suas responsabilidades enquanto pessoa embarcada para garantir a saúde dos demais passageiros e da tripulação do cruzeiro. Isabella ressalta que o viajante consciente dos cuidados consigo contribui para uma viagem mais segura e saudável de forma geral. Para completar, o guia ainda traz informações sobre a documentação necessária para viajantes de navios e orientações especiais para pessoas acompanhadas de crianças pequenas. O anexo traz indicações das principais vacinas recomendadas para os seis continentes.