Previsão do tempo – apesar do avanço de uma frente fria pelo Sudeste, a água do mar mais fria que o normal faz com que o sistema perca força e não consiga organizar a umidade da Amazônia. De acordo com os meteorologistas da Somar, apenas em parte do cerrado mineiro nuvens mais carregadas são observadas neste início de terça-feira.
“A persistência desta água do Atlântico mais fria que o normal é um dos motivos para a falta de chuva entre o norte de Minas Gerais e o Nordeste. Além das frentes frias, outros sistemas meteorológicos, como a Zona de Convergência Intertropical não provocaram chuvas fortes como de costume”, afirma o meteorologista Celso Oliveira.
Na região de Janapuba, norte de Minas Gerais, algumas barragens estão com apenas 20% da capacidade, lembrando que a região mal entrou em seu período mais seco. A tendência é de que não chova forte até pelo menos o mês de setembro. Portanto, a situação é crítica. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, em Espinosa, um dos municípios da região de Janaúba, choveu menos de 450mm entre outubro do ano passado e abril deste ano. O normal seriam pelo menos 750mm.
No Ceará, a Conab prevê redução de 37% na produção de milho. Na região de Baturité, no norte do Ceará, a estação meteorológica de Guaramiranga não registra chuva agrícola (pelo menos 10mm em 24 horas) desde o fim do mês passado.
No norte do Piauí, região de Campo Maior, a safra também está bastante comprometida. Muitos produtores acreditam que a seca deste ano esteja muito semelhante à de 1983, quando houve um dos maiores fenômenos El Niño das últimas décadas. Desde o início do ano, choveu aproximadamente 350mm, quando o normal seriam pelo menos 600mm.