O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) alterou as condições dos financiamentos a máquinas e equipamentos, para facilitar o crédito. Os novos prazos e a redução das taxas de juros do Programa de Sustentação do Investimento (BNDES PSI) foram anunciados na última segunda-feira (21).
De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a medida proporcionará a realização de projetos de investimento. “Vai beneficiar todo o setor produtivo, que adquire máquinas e equipamentos para expandir sua produção”, avaliou. O custo de equalização (aporte do Tesouro) está estimado em R$ 619 milhões.
O objetivo da redução é incentivar a atividade econômica no Brasil, para o País se contrapor à redução do crescimento da produção mundial, devido ao agravamento da crise internacional, especialmente na Europa e nos Estados Unidos. “Isso está trazendo consequências para os emergentes como um todo”, disse.
Financiamento – O programa BNDES PSI, que financia a aquisição de bens de capital, teve suas taxas reduzidas e unificadas em 5,5% ao ano, com condições de financiamento equiparadas para todos os portes de empresas (veja tabela). Para aquisição de ônibus e caminhões, a taxa passou de 7,7% para 5,5% ao ano.
Os financiamentos do BNDES Proengenharia, destinado ao desenvolvimento da engenharia nacional, passam para 5,5% ao ano (eram de 6,5%). As novas taxas de juros do BNDES PSI e do BNDES Proengenharia serão válidas até 31 de agosto. Depois disso, voltarão às condições financeiras anteriores.
O BNDES melhorou também as condições do financiamento à exportação, modalidade pré-embarque, a grandes empresas. Para essas, a taxa de juros foi reduzida de 9% para 8% ao ano. Para as micro, pequenas e médias empresas, foi mantida em 7% ao ano.
O programa BNDES Procaminhoneiro, que financia veículos para o caminhoneiro autônomo, teve seu prazo ampliado de até 96 meses para até 120 meses. A taxa de juros permanece em 5,5% ao ano.
Banco Central libera R$ 18 bilhões para o crédito
O Banco Central do Brasil (BC) alterou na última segunda-feira (21) a regra do recolhimento compulsório sobre recursos a prazo, permitindo que as instituições financeiras utilizem aproximadamente R$ 18 bilhões a mais na realização de novas operações de crédito para financiamento de automóveis e de veículos comerciais leves. Esse montante representa cerca de 10% do total de crédito concedido ao segmento.
A mudança permite que as instituições financeiras deduzam, da base do recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo, o valor dos financiamentos concedidos a partir de 22 de maio de 2012.
Além de conferir maior dinamismo ao segmento da economia, de acordo com o BC, a medida cria melhores condições para que as instituições financeiras possam adotar políticas de concessão de crédito anticíclicas, sem comprometer os requisitos prudenciais.