O Prêmio Vivaleitura, promovido no Brasil desde 2005, chega à sétima edição. O prazo de inscrições, gratuitas, que terminaria nesta sexta-feira, 28, foi prorrogado até 13 de outubro. Este ano, serão premiados os seis melhores projetos nas categorias bibliotecas, escolas e sociedade. No total, serão premiados os 18 melhores projetos do país. Além de troféu, os responsáveis receberão R$ 30 mil.
O Vivaleitura é uma iniciativa dos ministérios da Educação e da Cultura e da Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI). O incentivo à leitura faz parte das políticas do Ministério da Educação. Um exemplo é o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), que seleciona e distribui obras de literatura e de natureza teórico-metodológicas e periódicos às instituições de educação infantil e escolas de ensino fundamental e médio públicas de todo o país.
As pessoas atendidas pela educação de jovens e adultos também recebem acervos literários. Em 2012, o PNBE beneficiou 22,3 milhões de estudantes em 148 mil escolas públicas. Foram comprados 10,4 milhões de livros, em um investimento de R$ 81,7 milhões. “Com ações de distribuição de materiais de leitura e de formação de professores leitores, passamos a criar uma cultura mais ampliada da prática de leitura nas escolas públicas”, disse Mônica Franco, diretora de formulação de conteúdos educacionais da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC.
Segundo Mônica, a próxima ação do MEC será a adequação das bibliotecas escolares para abertura às comunidades vizinhas. “As bibliotecas das escolas precisam ser um espaço de convivência e de acesso a toda a população”, afirmou. Ações de incentivo à leitura nos anos iniciais da educação básica também fazem parte do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic).
A secretária-executiva do Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL) do Ministério da Cultura, Lucilia Garcez, salienta que os projetos enviados ao Vivaleitura devem visar a formação de leitores, que é o objetivo do prêmio. “Vivemos num país em que 50% da população declara não ler e 75% nunca entrou numa biblioteca”, disse. “Queremos mudar essa realidade.”
Vencedor — O projeto A Volta ao Mundo em Mil e Uma Histórias, coordenado pela bibliotecária Elane de Oliveira, da Escola Municipal Professor Vercenílio da Silva Pascoal, na periferia de Vitória, Espírito Santo, foi o vencedor do Vivaleitura de 2011, na categoria escolas públicas e privadas. Elane descobriu que os alunos gostavam de ler, mas desconheciam os contos clássicos e os países em que foram escritos.
De forma lúdica, a bibliotecária criou um projeto que uniu geografia e literatura clássica. “Era muito prazeroso ver os alunos buscar as histórias apresentadas, formando lista de espera por aqueles livros”, afirmou Elane. “O aumento de empréstimos de livros da biblioteca aumentou em mais de 300%.”
Para concorrer ao Prêmio Vivaleitura devem ser inscritas experiências iniciadas antes de 2010, comprovadamente, e que estejam em curso até o dia da inscrição. Experiências realizadas e concluídas em 2011 também podem ser apresentadas. As inscrições devem ser feitas na página do prêmio na internet. Na mesma página é possível conferir todos os projetos vencedores de edições anteriores. Mais informações no edital do Prêmio Vivaleitura.
Rovênia Amorim