Um estudo da Unicamp (Universidade Estadual Paulista) apontou que os distúrbios hipertensivos estão entre as principais causas de mortalidade e morbidade entre as mulheres durante a gravidez, o parto e o puerpério (fase pós-parto).
Foram estudados 9.555 casos em 27 maternidades. A pesquisa analisou dados da Rede Brasileira de Vigilância da Morbidade Materna Grave em 27 maternidades. Os distúrbios hipertensivos representaram na investigação cerca de 70% da morbidade materna grave e 30% da mortalidade.
O termo morbidade materna grave é utilizado para conceituar as complicações ocorridas durante a fase da gravidez e do pós-parto. O estudo também utilizou outro conceito similar ao de morbidade materna grave. Trata-se do near miss (quase perda, em português), que compreende situações em que mulheres passaram por graves complicações e sobreviveram, por sorte ou por um bom cuidado obstétrico. São casos úteis para obter informações da própria paciente, que pode fornecer dados importantes acerca do seu atendimento.
O trabalho foi conduzido pela ginecologista Elvira Amélia de Oliveira Zanette como parte de sua pesquisa de mestrado, defendida junto ao programa de Pós-Graduação em Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. O estudo gerou artigo submetido à revista científica “British Journal of Obstetrics and Gynaecology”.
A médica pondera que houve redução de 51% nas mortes maternas no Brasil entre 1990 e 2010. Apesar disso, o número ainda é preocupante, já que atinge 56 mulheres por 100 mil nascidos vivos, conforme relatório da OMS, das Nações Unidas e do Banco Mundial.
Do Portal do Governo do Estado