Hoje no Brasil o alisamento dos cabelos tornou-se uma realidade nacional, sendo que estatisticamente existe 65% de mulheres que utilizam este método para modelar seus cabelos. No entanto, pouco se sabe sobre a estrutura final dos cabelos resultantes dos diversos tipos de alisamento devido às reações químicas de degradação e restauração das ligações entre os aminoácidos.
Um dos aminoácidos mais importantes envolvido no processo de alisamento é a cisteina que forma ligações dissulfídicas as quais são destruídas no processo de alisamento. A grande questão ainda não resolvida envolveria o conhecimento das interações dos produtos de regeneração com os aminoácidos danificados. Assim, o conhecimento mais profundo dessa “nova” estrutura promoveria formulações mais adequadas a esse tipo específico de cabelo.
A parceria entre o INCTMN (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia)/CDMF (Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos) e Kosmoscience desenvolveu uma metodologia para a análise dessa importante questão. Utilizando-se de métodos de investigação a nível molecular elucidou-se os mecanismos envolvidos no processo de alisamento de diversos produtos disponíveis no mercado.
Esse trabalho inovador demonstrou que alguns alisantes promovem a reorganização de algumas ligações da cisteina de uma forma diferente às postuladas anteriormente.
Esse estudo propiciou aos pesquisadores Francini C. Picon, Viviviane C. Albarici, Diogo Terci, Douglas Terci, Adriano S. Pinheiro (Kosmoscience), Valéria M. Longo (USP) e Elson Longo (Unesp) o prêmio de melhor trabalho oral no Congresso Internacional de Cosmetologia (IFSCC) no último dia 1º de novembro, realizado no Rio de Janeiro.
Josê Ângelo Santilli