A seleção para os cursos de graduação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) será feita, a partir de 2014, exclusivamente pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação. A decisão foi oficializada nesta terça-feira, 19, pelo Conselho Universitário da UFMG, por 40 votos a favor, dois contra e duas abstenções.
Segundo o reitor da UFMG, Clélio Campolina, o vestibular será substituído integralmente pela prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que desde 2011 é utilizada como a primeira etapa do vestibular. “A gente vem acompanhando as provas do Enem e verificando a compatibilidade entre o nosso vestibular e o Enem. Foi uma decisão amadurecida”, salientou Campolina. “A seleção pelo Enem é bastante democrática”, completou.
Há cerca de três anos, a universidade vem fazendo estudos para realizar a mudança. “Todos os países desenvolvidos têm uma prova nacional de avaliação do ensino médio. O vestibular isolado era uma coisa que precisava ser superada”, pontuou o reitor.
Cursos como música, dança e teatro terão edital específico. Os alunos farão o Enem e depois uma prova de habilidades.
A seleção da UFMG oferece 6.670 vagas de graduação por ano. Atualmente, são 52 mil estudantes matriculados na instituição, sendo 32 mil na graduação, 8,5 mil no mestrado e doutorado, cerca de 7 mil nos cursos de especialização, além de alunos da educação indígena e do campo.
Evolução – Desde que foi criado, em 2010, com o objetivo de selecionar estudantes para instituições públicas de educação superior com base no desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Sisu tem registrado números expressivos. No primeiro semestre de 2010, foram 51 instituições participantes, enquanto no segundo semestre foram 35. Em 2011, 83 instituições participaram no primeiro semestre e 48 no segundo.
Ano a ano, mais instituições foram aderindo. Em 2012, 95 instituições participaram no primeiro semestre e 56 no segundo semestre. E a primeira seleção de 2013 do Sisu registrou a participação de 101 instituições.
Cotas – Segundo Campolina, o sistema de cotas não sofrerá alteração com o fim do vestibular. “A UFMG adota a Lei das Cotas na íntegra. Em 2013, 12,5% das vagas foram reservadas para as cotas. No próximo ano, serão 25% e por fim, 50%”, garantiu. A seleção de 2013, que ofereceu 6.670 vagas de graduação, reservou 12,5% das vagas para alunos oriundos de escolas públicas, com recorte de renda e racial.
Paula Filizola