Agência FAPESP – Quinze pesquisadores entre 30 e 40 anos de diferentes países do mundo e áreas do conhecimento serão selecionados nos próximos meses para participar de um novo projeto colaborativo a partir de novembro de 2014. Eles desenvolverão estudos sobre o tempo na Academia Intercontinental, uma iniciativa da rede University-Based Institutes for Advanced Study (Ubias), que reúne 34 instituições de 19 países da Europa, América, Ásia, África e Oceania.
A primeira edição dessa academia incluirá dois encontros de imersão: um no Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP), em março de 2015, e o segundo no Instituto para a Pesquisa Avançada (IAR, na sigla em inglês) na Universidade de Nagoya, no Japão, em janeiro de 2016.
Os trabalhos começarão logo após o anúncio dos 15 selecionados, em novembro deste ano. Entre abril e dezembro de 2015, no intervalo entre os dois encontros, os participantes prosseguirão com os estudos por meio de contatos entre si e com o comitê sênior da Academia Intercontinental via internet.
Nos encontros em São Paulo e em Nagoya, os pesquisadores debaterão tópicos de pesquisa por meio de conferências, leituras, workshops e discussões. A troca de informações abrangerá não somente os participantes selecionados para a Academia Intercontinental, mas integrantes das comunidades científicas locais.
De acordo com os coordenadores da iniciativa, o tempo foi escolhido como tema do projeto por ser, em geral, conceitualizado de forma distinta nas diferentes áreas do saber, seja pelas humanidades ou ciências naturais.
“É um projeto em pequena escala, mas com potencial para gerar um novo formato de atividade científica”, disse Martin Grossmann, diretor do IEA-USP.
Para o economista Dapeng Cai, do IAR de Nagoya, a iniciativa é importante porque “a pesquisa universitária está excessivamente direcionada e especializada e os pesquisadores não conseguem compartilhar linguagens, não se relacionam com outros campos do saber e esquecem como se comunicar entre si”.
Os interessados em concorrer à vaga devem ter doutorado ou pós-doutorado (concluído ou em andamento) em qualquer área do conhecimento e fluência em inglês. É preciso enviar uma carta de intenção e um currículo atualizado, em inglês, para um dos IEAs integrantes da rede Ubias. Após receber uma carta de endosso do instituto, o interessado deve preencher o formulário de inscrição e anexar os documentos solicitados. O prazo final para a entrega da documentação é 31 de julho.
O comitê sênior de cientistas responsável pela coordenação dos trabalhos da Academia Intercontinental é formado por Regina Pekelmann Markus, professora titular do Instituto de Biociências da USP e diretora executiva da Academia de Ciências do Estado de São Paulo; Takao Kondo, professor de Ciências Biológicas da Universidade de Nagoya; Till Roenneberg, professor de cronobiologia do Instituto de Psicologia Médica da Universidade Ludwig-Maximilians, de Munique, na Alemanha; Elieser Rabinovici, professor de física de partículas da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel; Sami Pihlström, professor de filosofia e diretor do Colégio de Estudos Avançados da Universidade de Helsinque, na Finlândia; Takaho Ando, diretor do IAR-Nagoya; e Grossmann, que também é professor titular da Escola de Comunicações e Artes da USP.
Do comitê científico do projeto no IEA-USP fazem parte, entre outros, Hernan Chaimovich, coordenador dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) e assessor especial da Diretoria Científica da FAPESP, e Marcelo Knobel, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro da Coordenação Adjunta de Colaborações em Pesquisa da FAPESP.
Mais informações sobre a Academia Intercontinental: http://intercontinental-academia.ubias.net