O hematologista Élbio D’Amico, coordenador do Comitê de Hemostasia e Trombose da ABHH, relata que a trombose consiste na formação ou desenvolvimento de um trombo, um coágulo sanguíneo, que acontece mais frequentemente nas veias das pernas e coxas, causando inflamação na parede dos vasos. Segundo ele, nos casos em que o trombo é formado no interior das veias intra-musculares, caracteriza-se por trombose do tipo venosa profunda.
Os coágulos podem se deslocar e migrar até os pulmões e ocasionar a embolia pulmonar, que representa alto risco de morte. O hematologista lembra que pacientes com câncer são mais vulneráveis. “O risco é sete vezes maior para tromboembolismo venoso, particularmente nos primeiros três meses após o diagnóstico e na presença de metástases, sendo a segunda causa de óbito de paciente neoplásico em regime ambulatorial”, informou D’Amico.
Os principais exames para o diagnóstico da trombose são: exame de ultrassom Doppler das pernas, pletismografia (medição do fluxo sanguíneo) das pernas e raio X para avaliar as veias na área afetada.
Eleonora Medeiros da Silva, de 53 anos, conta o que sentiu: “tive uma dor muito forte na perna esquerda acompanhada do endurecimento da panturrilha e dificuldade para andar, só diminuiu com o tratamento médico”.
Segundo o médico André Poppe, do Hospital Municipal Moacir Rodrigues do Carmo, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o tratamento para casos agudos deve ser internação, repouso e anticoagulantes.
Estima-se que a cada ano mais de 300 mil pessoas nos Estados Unidos e mais de 500 mil na Europa sejam acometidas por trombose venosa profunda e embolia pulmonar. No Brasil, não há registros precisos da incidência, mas calcula-se que, a cada mil habitantes, um ou dois tenham a doença, conforme noticiado em 2011 pelo Ministério da Saúde.
Entre os fatores relacionados à trombose arterial e venosa estão antecedentes familiares de eventos trombóticos, tabagismo, hipertensão arterial; e no caso da venosa, antecedentes familiares de eventos trombóticos, idade, cirurgias gerais, trauma, câncer, uso de contraceptivos, terapia de reposição hormonal, entre outros.
Os principais objetivos desta campanha global são aumentar a conscientização e prevenção dos riscos de trombose; reduzir o número de casos não diagnosticados; melhorar as formas de diagnóstico e tratamento, além da implementação de recursos adequados para estes esforços e maior apoio à pesquisa a fim de reduzir os casos da doença.
Da Agência Brasil
Edição: Denise Griesinger