O governo emitirá títulos da dívida externa, em euros, com vencimento em 2021. Com a medida, as autoridades monetárias testarão a percepção internacional sobre a economia brasileira.
O lançamento do título, chamado de bônus da República, a ser feito nos mercados europeu e americano, ocorre após a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) diminuir a nota para a economia brasileira, que passou de BBB para BBB-, com perspectiva neutra, o que indica que a classificação não será rebaixada nos próximos meses.
Com o lançamento, o governo identifica qual é a tendência do custo de captação para os próximos meses de recursos estrangeiros para o Brasil e suas empresas no exterior.
Daniel Lima – Repórter da Agência Brasil
Edição: José Romildo
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Standard & Poor’s reduz nota para economia brasileira
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil Edição: Juliana Andrade
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) diminuiu a nota para a economia brasileira. A agência reduziu, de BBB para BBB-, a nota soberana do país com perspectiva neutra, o que indica que a classificação não será rebaixada nos próximos meses.
Em comunicado, a agência informou que a dívida geral do governo brasileiro – indicador usado em comparações internacionais – é alta e que o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) é baixo, devendo ficar em 1,8% em 2014 e 2% em 2015. Segundo a S&P, o governo dá sinais mistos em relação aos gastos em ano de eleição e existe pouca confiança no ambiente de negócios que se reflete em perspectivas mornas para os investimentos do setor privado. Além disso, o endividamento maior da população deve fazer o consumo crescer menos.
Em junho do ano passado, a agência de classificação tinha indicado que poderia cortar a nota do Brasil por causa do baixo crescimento da economia e da redução do esforço fiscal. Apesar do rebaixamento, o país ainda está na categoria de grau de investimento, que indica baixa probabilidade de calote na dívida pública.
A classificação de risco por agências estrangeiras representa uma medida de confiança dos investidores internacionais na economia de determinado país. As notas servem como referência para os juros dos títulos públicos, que representam o custo para o governo pegar dinheiro emprestado dos investidores. O Ministério da Fazenda ainda não se manifestou sobre o rebaixamento.
As agências de classificação de risco fornecem notas que servem de parâmetro para a credibilidade de governos e empresas no mercado financeiro. Essas agências, no entanto, foram criticadas em 2008 por terem dado notas altas para as operações de venda de créditos imobiliários nos Estados Unidos, que entraram em colapso e desencadearam uma crise econômica global. Em fevereiro do ano passado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu investigação contra a Standard & Poor’s por suspeita de fraude na classificação de produtos hipotecários.