O ensino de gramática vai mal e o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa continua na mira de um sem número de críticos, mas conhecer as normas gramaticais é fundamental, desde que elas não inibam a criatividade de quem fala e, principalmente, de quem escreve.
Evanildo C. Bechara, Francisco Platão Savioli e Maria Helena de M. Neves irão discutir e aprofundar questões intrigantes como estas no debate “O medo de errar”. Promovido pela Universidade do Livro (UNIL), o evento se realiza dia 28, sexta, e fará foco nos três dos principais eixos da língua portuguesa: o novo acordo ortográfico, o uso da gramática e o uso linguístico.
Firmado em 1990 e posto em vigor em 2009 no Brasil, o acordo ortográfico percorreu um longo caminho para ser configurado e assinado. Segundo Bechara, as negociações sobre a língua acontecem desde o início do século 20. Ele considera normal a resistência dos falantes em relação ao novo acordo: “Toda mudança, por menor que seja, causa desconforto”, diz, pontuando que é preciso medir as consequências da mudança após um largo período de tempo: “Um acordo é sempre para uma geração vindoura e não para quem a cria”.
Para Maria Helena regras são necessárias para a construção da escrita, porém, não podem ser o modo condutor do texto: “É importante conhecer as normas, mas elas não devem inibir a criatividade, especialmente na escrita”. Ela considera a língua um instrumento social: “A questão da norma passa também por uma avaliação social. A sociedade representa uma instância de julgamento no modo da produção escrita e falada do usuário”.
Outro componente da língua bastante controvertido no Brasil é a gramática. Atualmente o ensino da matéria pouco tem contribuído para o desempenho em leitura e produção de textos no país, na opinião de Francisco Platão: “Às vezes as pessoas têm razão em criticar a gramática. A crítica é válida, mas deve ser direcionada ao modo de ensino atual e não à gramática em si”. Para ele, é preciso que o ensino da disciplina exista em função do texto, e não em frases isoladas como acontece em muitas salas de aula: “A finalidade de qualquer língua é a construção de significados”.
Debate: o medo de errar
Data: 28 de março
Horário: Das 18h30 às 20h30
Local: Praça da Sé, 108 – Auditório da Editora Unesp, 7º andar
Para valores e inscrições, acesse