O sentimento de desânimo entre os consumidores da cidade de São Paulo cresceu em abril, segundo os dados da pesquisa mensal do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
A sondagem, feita desde 1994 por amostragem com 2,1 mil consumidores, mostra um recuo do índice em 15,5% sobre o mesmo mês de 2014 e em 5% quando comparado a março último, ao atingir a média de 101,6 pontos. Essa posição é a mais baixa desde 2002. A queda de confiança foi observada em todas as classes sociais mas, principalmente, entre os consumidores com renda mais elevada.
De acordo com o critério da pesquisa, sempre que fica acima dos 100 pontos, a interpretação técnica é de que os entrevistados ainda estão na fase de otimismo em relação ao crescimento econômico. O levantamento referente aos consumidores com renda familiar superior a dez salários mínimos, indicou a marca abaixo dos 100 pontos (92,9), com queda de 21,6% sobre abril do ano passado e 10,6% abaixo de março último.
Isso não ocorria desde maio de 1999, período em que a economia foi afetada por efeitos da desvalorização da moeda em relação ao dólar. “A desvalorização do real, ao lado da aceleração da inflação, da estagnação da economia e da instabilidade política, também figura entre as razões que podem explicar a queda da confiança nos últimos meses”, justifica a assessoria econômica da FecomercioSP.
Já entre os consumidores com renda familiar até 10 salários mínimos,a redução apresentou variação negativa de 12,8% sobre o mesmo de 2014 e 2,4% sobre o mês anterior, ao atingir 105,7 pontos.
Em análise técnica, a FecomercioSP avalia que essa percepção mais otimista entre os consumidores de menor renda está associada a “uma significativa melhora da qualidade de vida nos últimos anos e por uma situação ainda relativamente favorável no mercado de trabalho”. A nota acrescenta que se houver uma piora das condições de emprego e renda, essa classe também tende a sair da zona do otimismo para o pessimismo.
Marli Moreira – Repórter da Agência Brasil
Edição: Marcos Chagas