A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou o registro do primeiro caso da febre chikungunya deste ano contraída na cidade. Um morador do Guará 2, cidade do Distrito Federal cerca de 10 quilômetros distante de Brasília, é considerado um caso de infecção autóctone, ou seja, quando é contraída na própria cidade. Existem mais dois casos em investigação. A secretaria não divulgou informações sobre o paciente.
No ano passado, foram notificados 33 casos, dos quais 25 descartados e seis, confirmados. Desses, cinco foram contraídos fora do DF, os chamados casos importados. Outros dois estão em investigação. O médico do Núcleo de Controle de Endemias, Doenças Transmissíveis e Emergentes Dalcy Albuquerque Filho explica que a febre chikungunya é uma doença de notificação obrigatória e que os casos devem ser informados à secretaria. “Todo profissional de saúde que atenda um caso suspeito tem que comunicar à Secretaria de Saúde. E a partir daí a gente desencadeia as ações, inclusive a coleta de exames.”
Por ter a mesma transmissão da dengue, o médico orienta que a população mantenha as ações de prevenção como o cuidado com a água parada, por exemplo. “O vírus é transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti que é o mesmo da dengue. Agora, a gente tem dois motivos para se preocupar com a mesma coisa que é a replicação dos mosquitos.”
Além da transmissão pelo Aedes aegypti, a dengue e a febre chikungunya apresentam sintomas semelhantes, o que muitas vezes dificulta o diagnóstico médico. O tratamento também é o mesmo. “É sintomático, ou seja, não tem nenhum remédio especifico. Então, o médico vai prescrever um remédio para dor, alguns cuidados e a pessoa vai para casa.”
Segundo Albuquerque, com a confirmação do caso, as providências para a eliminação do mosquito na região onde o paciente mora já devem ter sido tomadas. “A gente sabe que boa parte das pessoas que se infectam por vírus transmitido pelo Aedes aegypti, em geral, é [picada] no local de moradia. Chamamos então de local provável de infecção, que é o Guará.”
O infectologista explica que apesar das semelhanças a dengue ainda pode ser mais perigosa. “A chikungunya não é uma doença que complica a não ser quando ela é contraída por pessoas já com outras doenças, idosas ou crianças muito novas”. Ele orienta que pessoas que tenham febre alta, dores no corpo e nas articulações procurem uma unidade de saúde.
A Secretaria de Saúde dá algumas dicas para o cidadão se prevenir da dengue e da febre chikungunya, tais como: remover folhas, galhos e tudo que possa acumular água; verificar se a caixa d’água está fechada adequadamente; entregar pneus velhos ao Serviço de Limpeza Urbana ou guardá-los em local sem água; verificar se as garrafas estão guardadas de cabeça para baixo. Além disso, a secretaria recomenda, também, que sejam esvaziados os pratos dos vasos de plantas e escová-los com água e sabão, pois os ovos depositados em recipientes podem sobreviver, mesmo em condições desfavoráveis, por até 450 dias.
Michèlle Canes – Repórter da Agência Brasil
Edição: Marcos Chagas