O presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Mauro Romero, defendeu que também os meninos sejam vacinados contra o HPV, vírus transmitido pelo contato com a pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual, atualmente um dos principais responsáveis pelo câncer de colo de útero em mulheres.
Em parceria com a Universidade Federal Fluminense, a entidade promove o 6º Simpósio Brasileiro de Papilomavirose Humana – HPV in Rio 2015. O evento é voltado para a comunidade médica e aborda a necessidade da vacinação universal de meninos e meninas, além da importância do diagnóstico e tratamento de pessoas com doenças causadas pelo HPV.
“Falar na televisão não resolve o problema. É preciso que a população tenha um bom volume de informações corretas sobre prevenção de HPV e da carga de doenças para poder ter um bom entendimento sobre como fazer profilaxia, prevenção, diagnóstico e tratamento”, disse Mauro Romero, também professor do Setor de DST da Universidade Federal Fluminense.
Segundo ele, existe um volume grande de informação sobre HPV e sua ligação com o câncer de colo de útero. Mas como o HPV é uma família de vírus que causa verrugas genitais, na boca e no ânus, tanto em homens como em mulheres, o especialista recomendou que o modelo de comunicação sobre HPV deve ser mais abrangente.
O médico deixa claro que os itens de prevenção se somam, “não se excluem”. Para ele, a primeira dose da vacina contra HPV para meninas, dos 9 aos 13 anos, foi importante e ultrapassou 100% da meta, mas a segunda dose está baixa, devido a um problema de comunicação. A vacina está nos postos e deve ser aplicada em meninas e também em meninos, ressaltou.
O HPV foi reconhecido pelo governo como um problema de saúde pública. Como é um vírus de pele de mucosa, ele é transmissível por sexo oral. Com o contato direto com a área infectada, ocorre a transmissibilidade, explicou Romero.
Questões como a multiplicidade ou troca de parceiros e o uso inconstante da camisinha tornam as pessoas vulneráveis ao HPV e às doenças decorrentes do vírus. Mauro Romero sugere que o tema seja trabalhado de forma ampla, para toda a sociedade, e não para um segmento específico, já que “todos têm problemas de vulnerabilidade”.
Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil
Edição: Jorge Wamburg