A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) lançou em todo o país, a campanha de conscientização Fogos de Artifício – um Espetáculo Perigoso.
Levantamento feito pela entidade revela que o número de acidentes provocados por fogos de artifício triplica no mês de junho, com a proximidade da festa de São João e o aumento dos festejos juninos em todas as regiões do país. “Nos momentos de festa, as pessoas bebem, perdem um pouco o senso do perigo e começam a transgredir algumas regras básicas de segurança” , disse à Agência Brasil o presidente da entidade, Marco Antônio Percope. Segundo ele, as pessoas deixam de ler e respeitar o que a fábrica ou o local de venda desses produtos recomenda aumentando as probabilidades de acidentes.
O resultado, segundo ele, é o aumento de traumas ortopédicos registrados nas emergências dos hospitais nesse período do ano. A amputação de membros é o mais grave desses traumas.
Há ainda riscos de queimaduras nos olhos, inclusive com perda de visão, e problemas auditivos gerados por estampidos. Queimaduras também são frequentes. Mais da metade dos casos de queimadura de mão são em decorrência do uso de fogos de artifício. Cerca de 10% desses casos registram ainda amputação de dedo ou da própria mão. “É um problema de saúde pública sério porque ocorre em todo o país”, destacou Percone.
O estado que apresenta o maior número de acidentes com queimas de fogos é a Bahia (296 registros de hospitalização em quatro anos), seguido por São Paulo (289 casos), Minas Gerais (165), Rio de Janeiro (97), Paraíba e Paraná (61 casos cada), Ceará e Goiás (45 casos cada), Santa Catarina (44 casos) e Pará (37 casos), segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
O estudo aponta ainda 122 mortes decorrentes de queima de fogos, nos últimos 20 anos, sendo 48 no Nordeste, 41 no Sudeste, 21 no Sul e 12 nas regiões Norte e Centro-Oeste. “A maior causa de óbito são as queimaduras maiores, que envolvem grande parte do corpo”, disse Marco Antônio Percope.
O levantamento mostra ainda que, apesar de ser proibido o manuseio de fogos de artifício por menores de 18 anos, 23,8% dos acidentes ocorrem com pessoas dessa faixa etária. Outros 45,2% dos acidentados estão entre 19 e 59 anos e 28,8% têm mais de 60 anos.
A recomendação da entidade é que crianças e adolescentes não brinquem com fogos de artifício. “Esse é um dos motes da nossa campanha: orientar os pais sobre como manusear fogos de artifício e não deixar que crianças e adolescentes mexam com esses artefatos”, lembrou.
Durante todo o mês de junho, as regionais da sociedade vão distribuir folhetos educativos nas capitais e principais cidades brasileiras com orientações didáticas.
Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil
Edição: Lílian Beraldo