Com o aumento do número de casos de dengue, chikungunya e zika, o estoque de sangue das unidades da Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia vem caindo 25% desde dezembro do ano passado.
O advogado Luis Daniel de Oliveira é doador, mas ficou mais de um ano distante do hemocentro, porque fez uma tatuagem. “Dei o intervalo necessário e voltei a doar, normalmente. É como tatuagem: a gente tem medo na primeira vez, mas depois acostuma”, disse o advogado.
Diante das orientações para quem deseja doar sangue, aquela relacionada às doenças virais ainda causa confusão por quem foi infectado. Os pacientes que tiveram uma das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, por exemplo, esperam muito tempo para doar sangue, ou acreditam que não podem mais ser doador.
Segundo o coordenador do setor de coleta da unidade central do hemocentro, Marcelo Matos, isso acontece por falta de informação. “É importante esclarecer que, 30 dias após o paciente estar assintomático [ou seja, não está sentido mais nada], ele pode voltar a doar sangue com segurança para ele e para a pessoa que vai receber”, orienta o coordenador.
Elizete Santos tem sangue AB-, um dos tipos com menor estoque. Enquanto fala da importância de doar sangue, ela faz um apelo. “Eu costumo doar 3 vezes ao ano, porque, muitas vezes, a pessoa precisa do tipo do sangue e não acha. Eu peço que as pessoas sejam mais solidárias e venham doar”, disse a agente de limpeza, moradora do bairro Tancredo Neves.
Em função do estado crítico dos estoques, a liberação das bolsas para transfusões está mais rigorosa. “Em situações extremas, com algum tipo sanguíneo específico com estoque baixo, a gente orienta às unidades que têm cirurgias eletivas [aquelas que podem esperar] para que adiem o procedimento. É preciso reservar o sangue para uma situação crítica, como uma cirurgia de urgência ou um grande trauma, diz o coordenador Marcelo Matos.
Sayonara Moreno – Correspondente da Agência Brasil
Edição: Beto Coura
02/03/2016