Agência FAPESP – Pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos participam entre 28 de março e 1º de abril de dois simpósios organizados pela FAPESP na University of Michigan (UM) e na Ohio State University (OSU). As conferências fazem parte da , organizada pela Fundação em parceria com as duas universidades norte-americanas, com apoio do Woodrow Wilson International Center for Scholars, sediado em Washington, DC, nos Estados Unidos.
O objetivo é ampliar a cooperação científica entre os dois países em projetos de pesquisa sobre Genômica, Ambiente e Sustentabilidade, Saúde Humana, Engenharia, Agricultura e Água, Bioinformática, Novos Materiais, Direito e Justiça Social.
“A FAPESP valoriza a colaboração de pesquisa entre cientistas do Estado de São Paulo, Brasil, e colegas da University of Michigan e da Ohio State University. As colaborações científicas cobrem uma ampla gama de áreas da ciência e os simpósios FAPESP Week 2016 criam mais visibilidade e oportunidades para essa cooperação”, diz Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.
A programação do simpósio realizado na University of Michigan, em 28/3 e 29/3, será aberta com uma exposição sobre a estratégia internacional da FAPESP para cooperação científica, por Brito Cruz.
Na sessão sobre Ambiente, Governança e Sustentabilidade, as pesquisadoras Maria Carmen Lemos, da UM, e Gabriela Di Giulio, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), apresentarão conclusões de projeto desenvolvido em cooperação sobre a percepção de riscos e adaptação a mudanças climáticas em nível local, sob a influência de fatores como o aumento da vulnerabilidade de comunidades, mudanças do uso da terra, urbanização e poluição. A pesquisa tem apoio da FAPESP e da UM no âmbito do assinado em 2012 pelas duas instituições.
Outra conferência na mesma sessão irá abordar a pesquisa em cooperação entre Vitor Li, da UM, e Holmer Savastano Júnior, da USP, sobre materiais compósitos sustentáveis para a construção civil, com uso de fibras agrícolas e resíduos de mineração.
No mesmo dia, na sessão de Genética e Genômica com foco na identificação de genes causadores de doenças, Brian Byrd, da UM, aborda a hipertensão resistente a tratamento e a medicina personalizada; e Nils Walter, também da UM, trata do papel de moléculas de RNA nos processos celulares e na prevenção de doenças. Nessa mesmas áreas farão conferência pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Instituto do Coração (Incor) e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina, ambos ligados à USP.
Os tópicos em Saúde Humana incluem a apresentação Desenvolvimento infantil em áreas urbanas pobres, por Alexandra Brentani, da Faculdade de Medicina da USP, e Michele Heisler, da UM. Especializadas em medicina preventiva, as pesquisadoras irão mostrar os resultados de sua colaboração para melhorar o atendimento e os resultados de saúde na Região Oeste de São Paulo.
Outras conferências em Saúde abordarão resultados de pesquisa para cura da ataxia (transtorno neurológico caracterizado pela falta de coordenação de movimentos) e avanços da pesquisa médica sobre reabilitação e lesões na medula espinal. Na mesma sessão, a professora Iscia Lopes Cendes, idealizadora da Brazilian Initiative on Precision Medicine (BIPMed), o primeiro banco de dados genômicos da América Latina, falará sobre esse projeto (Para mais informações sobre o BIPMed leia)
O simpósio na University of Michigan ainda terá conferências sobre pesquisa científica e tecnológica em Engenharia voltada para a indústria aeroespacial e em Direito e Justiça Social relativos a escravidão, tráfico de seres humanos, genética e direitos humanos.
Simpósio na Ohio State University
A série de conferências da FAPESP Week 2016 na Ohio State University, nos dias 31 de março e 1º de abril, vai tratar de processos para tomada de decisão na área política com base em informações científicas; Agricultura e Água; Bioinformática; Novos Materiais; e Medicina e Saúde.
A conferência de José Marengo, pesquisador do Centro de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apresentará resultados de um estudo internacional sobre a elevação do nível do mar causada pelas mudanças climáticas em Santos, litoral sul do Estado de São Paulo. A pesquisa incluiu o condado de Broward, na Flórida, Estados Unidos, e Selsey, na Inglaterra, Reino Unido.
O projeto teve a participação de pesquisadores da University of South Florida, dos Estados Unidos, e do King’s College London, da Inglaterra, e apoio da FAPESP no Acordo com o Belmont Forum – grupo formado por algumas das principais agências financiadoras de projetos de pesquisa sobre mudanças ambientais no mundo (Para mais informações sobre o estudo leia)
Na área de Agricultura e Água, o foco dos debates será o uso de ultrassom como tecnologia de controle da poluição; agricultura de precisão; o papel das universidades na avaliação de sustentabilidade; desafios para a pesquisa sobre a variabilidade natural da oferta de água, além do crescimento da demanda e sustentabilidade em seu uso.
Outros temas de conferências serão a modelagem de sistemas de informações geoespaciais, integração de dados genéticos para investigação de biomarcadores de doenças, descoberta de produtos naturais bioativos e materiais sustentáveis para a construção civil.
A sessão sobre Medicina e Saúde inclui temas em genética molecular e câncer, avanços da pesquisa médica para o desenvolvimento de produtos voltados para a neurorreabilitação de pacientes e marcadores para prognóstico de doenças linfoproliferativas. Participam pesquisadores brasileiros ligados ao Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP e da Universidade Federal (Unifesp) e norte-americanos do Spine Research Institute, do Molecular Virology, Immunology and Medical Genetics, e da OSU.
Na mesma sessão, haverá uma conferência de Sudha Agarwal, da mesma universidade. A pesquisadora tem apoio da OSU para desenvolver um projeto sobre Resposta de biomarcadores de osteoartrite após um programa de reabilitação, desenvolvido em colaboração com Mario Ferretti Filho, do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, em São Paulo, um dos sete projetos selecionados em 2015 pelas duas instituições no âmbito de assinado em 2013.
Para mais informações sobre a FAPESP Week 2016 Michigan e Ohio e para inscrição nos simpósios acesse o site.
Cooperação científica com os Estados Unidos
Além de apoiar projetos em colaboração espontânea entre pesquisadores brasileiros e norte-americanos, a FAPESP mantém acordos de cooperação científica e tecnológica com instituições dos Estados Unidos para garantir mecanismos e ampliar esse intercâmbio.
A FAPESP mantém acordos com nove agências de fomento, 22 universidades e instituições de ensino e pesquisa e três empresas dos Estados Unidos. Desde o início dos anos 2000, 224 projetos foram apoiados por meio desses acordos.
Atualmente, cerca de R$ 31,6 milhões estão destinados – e R$ 16,4 milhões já foram desembolsados pela Fundação – para apoio a 59 projetos atualmente vigentes, desenvolvidos em conjunto entre pesquisadores brasileiros e norte-americanos apoiados pela National Science Foundation (NSF), National Institutes of Health (NIH), US Department of Energy (na iniciativa Green Ocean Amazon, GOAmazon), instituições de fomento multinacionais com participação dos Estados Unidos, como Belmont Forum e International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC); empresas Microsoft e Agilent Technologies; Universidades de Michigan, Vanderbilt, do Texas, da Carolina do Norte, além do Massachusetts Institute of Technology (MIT).