Elton Alisson | Agência FAPESP – Foi realizado, na FAPESP, o lançamento da Brazilian BioEnergy Science and Technology Conference (BBEST) 2017. Em sua terceira edição, a conferência internacional está prevista para ocorrer entre os dias 17 e 19 de outubro de 2017 em Campos do Jordão, em São Paulo. Reunirá pesquisadores, estudantes e lideranças dos setores público e privado do Brasil e do exterior para discutir os principais avanços científicos e tecnológicos em bioenergia.
O evento é uma iniciativa do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (). Lançado em 2008, o programa financia pesquisas em bioenergia realizadas por mais de 300 cientistas ligados a universidades e instituições de pesquisa no Brasil e no exterior em temas que incluem desde biologia molecular das plantas energéticas – como a cana-de-açúcar – a melhoria de motores movidos a biocombustível.
“A bioenergia é um tema importante para o Brasil e, especialmente, para o Estado de São Paulo”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, durante o evento.
Pela primeira vez será dado destaque na conferência a temas relacionados à área de bioenergia dentro do conceito de bieconomia – que reúne setores que utilizam recursos biológicos de forma sustentável. Por essa razão, o tema do evento será “Designing a Sustainable Bioeconomy”.
O tema foi escolhido em razão da importância cada vez maior de promover a expansão da economia por meio de novas oportunidades que permitam reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e promover o desenvolvimento sustentável, tanto no Brasil como no mundo.
“Desejamos que a conferência seja um ponto focal de debate sobre sustentabilidade, sobre a qual há opiniões diferentes e divergentes em vários lugares no mundo”, disse Brito Cruz. “Queremos ter voz e participar dessa discussão internacional”, afirmou.
A programação científica do evento abordará questões relativas às matérias-primas – como agronomia, melhoramento genético e biotecnologia de plantas energéticas –, além de motores e outros dispositivos de conversão, sustentabilidade e impactos ambientais e socioeconômicos.
Paralelamente à parte científica do evento, a BBEST 2017 contará com outras atividades visando promover uma maior colaboração entre o setor privado e a academia, tais como apresentações das estratégias de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D&I) de empresas convidadas e rodadas de discussão entre empresas e academia.
Para essas atividades serão convidadas grandes e médias empresas do setor de bioenergia, além de startups – empresas nascentes de base tecnológica.
“Daremos oportunidade para as empresas apresentarem as oportunidades que estão enxergando no setor de bioenergia e as estratégias que têm adotado para aproveitá-las”, disse Luís Augusto Barbosa Cortez, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e um dos secretários-gerais da conferência.
Destaques da programação
A programação do evento também inclui palestras de pesquisadores do Brasil e do exterior, além de sessão de pôsteres e prêmio aos melhores trabalhos científicos apresentados pelos participantes.
A conferência terá, pela primeira vez, a sessão “BIOEN Highlights”, dedicada à apresentação de trabalhos científicos realizados por jovens pesquisadores no âmbito do programa.
“Queremos destacar nessa sessão as pesquisas realizadas por 29 novos docentes que foram contratados recentemente pelo Centro Paulista de Pesquisa em Bioenergia”, disse Glaucia Mendes Souza, professora da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da conferência juntamente com Luuk van der Wielen, professor da Delft University of Technology, da Holanda.
Criado em 2009 por meio de um convênio firmado entre o governo do Estado de São Paulo, a FAPESP, a Unicamp, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a USP, o centro é conhecido internacionalmente como SP BIOEN Research Center (SPBioenRC).
No convênio ficou estabelecido que o governo estadual é responsável por financiar a infraestrutura do centro, as universidades estaduais investem na contratação de recursos humanos e a FAPESP financia os projetos desenvolvidos pelos pesquisadores vinculados ao SPBioenRC realizados, em sua maioria, no âmbito do BIOEN.
“O BIOEN financia hoje 206 projetos, em 21 diferentes áreas”, disse Souza, que é membro da coordenação do programa. “Alguns dos projetos são realizados com a indústria e com instituições de pesquisa e organizações de países como a Holanda, Alemanha e o Reino Unido”, afirmou.
Uma das organizações internacionais parceiras do BIOEN é o Biotechnology based Ecologically Balanced Sustainable Industrial Consortium (BE-Basic) – um consórcio de universidades e empresas europeias voltadas a promover a bieconomia sustentável.
A entidade holandesa também é uma das parceiras do BBEST 2017. “Observamos que a bioeconomia apresenta muitas oportunidades de negócios e de novos mercados, como poderá ser visto durante a BBEST”, disse Wielen, diretor do BE-Basic, durante o evento.
O consórcio holandês está apoiando a elaboração de um mapeamento das áreas estratégicas de pesquisa e investimentos para o desenvolvimento de uma bioeconomia na região de Campinas e em todo o país, que será realizado pelo Agropolo Campinas-Brasil.
Os resultados do mapeamento serão apresentados durante o BBEST 2017.
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