Agência FAPESP – Mais de 200 empresários e pesquisadores, interessados em apresentar propostas ao , reuniram-se na sede da Fundação para esclarecer dúvidas sobre os procedimentos para a submissão, cujo prazo encerra em 31 de outubro.
A exemplo dos outros três Diálogos sobre Apoio à Pesquisa para Inovação na Pequena Empresa realizados em 2016, uma das questões mais frequentes diz respeito à característica inovativa da pesquisa que necessariamente deve pautar o projeto. “O PIPE exige que a proposta contemple um desafio de pesquisa científica e tecnológica que amplie o estoque de conhecimento e que também aponte para uma inovação”, sublinhou Sérgio Robles Reis de Queiroz, membro da Coordenação Adjunta – Pesquisa para Inovação da FAPESP. As especificações de um produto ou a fabricação de uma máquina, por exemplo, não são propostas alinhadas ao PIPE, já que não têm o “componente da incerteza”, próprio da pesquisa.
Queiroz citou Geoff Nicholson, ex-presidente da 3M e criador do Post-it, para resumir os dois pilares do programa: “Pesquisa é transformar dinheiro em conhecimento; inovação é transformar conhecimento em dinheiro”. E acrescentou: “O apoio da FAPESP mitiga o risco científico e tecnológico da pesquisa, mas o risco mercadológico da inovação é da empresa.”
Criado em 1997, o PIPE já apoiou mais de 4 mil propostas de auxílios e bolsas apresentadas por empresas com até 250 empregados. O objetivo da FAPESP com o programa é reforçar a competitividade, de criar a cultura de que a inovação traz resultados e de ampliar o número de postos de trabalho qualificados no setor privado no Estado de São Paulo.
“O programa não exige contrapartida, não prevê que a empresa esteja constituída no momento da apresentação da proposta e não demanda qualificações acadêmicas do pesquisador, desde que ele esteja capacitado para liderar o projeto. O pesquisador, no entanto, tem que estar vinculado à empresa, nem que seja por meio de contrato de prestação de serviço durante o período de implementação do projeto”, enfatizou.
A plateia estava dividida entre proponentes interessados na fase 1 e na fase 2 do PIPE. Na fase 1, de avaliação da viabilidade técnica da pesquisa, as empresas que tiverem projetos selecionados contarão com até R$ 200 mil por até nove meses para “colocar a ideia em pé”. Na fase 2, a FAPESP disponibiliza até R$ 1 milhão por um período de dois anos para a execução da pesquisa.
A empresa poderá ser apoiada também na fase do desenvolvimento comercial do produto, conhecida como fase 3, por meio de linhas de fomento que articulam recursos da FAPESP e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), no âmbito do Programa PIPE-PAPPE, ou, ainda, pleitear recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou de capital de risco. “É possível à empresa apresentar projetos diretamente à fase 2, desde que comprove que a fase 1, de viabilidade técnica, foi realizada com recursos próprios”, ressalvou Queiroz.
Os Diálogos sobre Apoio à Pesquisa para Inovação na Pequena Empresa ocorrem quatro vezes por ano, a cada um dos ciclos de chamadas do PIPE. O encontro é realizado pela FAPESP, em parceria com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei) e o Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi).
No último encontro, além de informações sobre documentação, orientação para organização da equipe, prazos, entre outras, os candidatos ao PIPE assistiram ao depoimento de Giovani Amianti, CEO da XMobots, fabricante de aeronaves remotamente pilotadas (RPAS, da sigla em inglês). Criada em 2004, a empresa contou com o apoio do PIPE nas fases 1 e 2 para crescer e se consolidar como um dos maiores players do mercado. A XMobots faturou R$ 5,4 milhões em 2015 e prevê fechar 2016 com um faturamento próximo a R$ 9 milhões (leia mais sobre a XMobots em ).