O governador Geraldo Alckmin esteve em Cuiabá (MT) para participar do início dos testes da vacina contra a dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan.Tetravalente, a vacina em teste protegerá contra os quatro vírus da dengue existentes no mundo: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4).
Na terceira e última etapa de testes antes de a vacina ser submetida à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), participarão 1,2 mil pessoas de 2 a 59 anos.
Os ensaios clínicos serão conduzidos pelo Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM) da Universidade Federal de Mato Grosso, administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), sob a responsabilidade do médico pesquisador Cor Jesus Fontes. A vacinação dos voluntários será realizada no Centro de Avaliação e Pesquisa da Vacina contra a Dengue.
Os testes já estão em andamento em Manaus (AM), Boa Vista (RR), Porto Velho (RO), em três centros no Estado de São Paulo (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e Santa Casa de Misericórdia de São Paulo), em Fortaleza (CE), Aracaju (SE), além de Porto Alegre (RS) e Campo Grande (MS).
“Uma grande expectativa de no primeiro semestre poder tem concluído o trabalho e poder pedir a aprovação da Anvisa. A fábrica fica pronta no fim do ano e é uma grande conquista para a população poder ter uma vacina de graça contra os quatro tipos de vírus da dengue,” explicou Alckmin.
Metodologia
Os testes envolverão 17 mil voluntários em 13 cidades nas cinco regiões do Brasil. Podem participar do estudo pessoas saudáveis, que já tiveram ou não dengue em algum momento da vida e que se enquadrem em três faixas etárias: 2 a 6 anos, 7 a 17 anos e 18 a 59 anos.
Os participantes do estudo são acompanhados pela equipe médica por um período de cinco anos para verificar a eficácia da proteção oferecida pela vacina.
A vacina do Butantan, desenvolvida em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), é produzida com vírus vivos, mas geneticamente atenuados, isto é, enfraquecidos.
Nesta última etapa da pesquisa, os estudos visam comprovar a eficácia da vacina. Do total de voluntários, 2/3 receberão a vacina e 1/3 receberá placebo, uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito. Nem a equipe médica nem o participante saberão quais voluntários receberam a vacina e quais receberam o placebo.
O objetivo é descobrir, mais à frente, a partir de exames coletados dos voluntários, se quem tomou a vacina ficou protegido e quem tomou o placebo contraiu a doença.
Os dados disponíveis até agora das duas primeiras fases indicam que a vacina é segura, que induz o organismo a produzir anticorpos de maneira equilibrada contra os quatro vírus da dengue e que é potencialmente eficaz.
Do Portal do Governo do Estado SP