Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – Pesquisadores de diversas áreas do conhecimento se reuniram na FAPESP, no dia 31 de maio, no Diálogo sobre Apoio à Organização de Cursos em Pesquisa Avançada. O encontro teve como objetivo informar sobre a modalidade de apoio Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA) e orientar para a formulação de propostas na chamada atual, que podem ser submetidas até 18 de agosto de 2017.
“As Escolas São Paulo de Ciência Avançada são voltadas à comunidade acadêmica que faz ciência de ponta. Elas representam oportunidades importantes para aumentar a interação entre pesquisadores e atrair para São Paulo jovens cientistas do Brasil e do mundo”, disse Roberto Marcondes Cesar Junior, da Coordenação Adjunta de Ciências Exatas e Engenharias da FAPESP.
A FAPESP já financiou a realização de 52 Escolas São Paulo de Ciência Avançada desde 2009, reunindo milhares de estudantes e pesquisadores de diversos países. Outras 11 Escolas estão programadas até o momento para ocorrer em 2017.
Os recursos são destinados para a organização de cursos de curta duração – de 10 a 14 dias –, que ofereçam atividades didáticas distribuídas entre aulas teóricas e práticas, seminários e visitas a centros de pesquisa, instituições acadêmicas e empresas relevantes para os temas tratados.
Para Marcondes Cesar, o aconselhável é que os pesquisadores que queiram realizar ESPCAs tenham esses objetivos muito claros, pois eles ajudarão a delinear as propostas. É importante que as propostas levem em conta na programação do evento, além de público e palestrantes de renome, a inclusão de visitas e aulas práticas em laboratórios e centros de pesquisa financiados pela FAPESP.
“A ESPCA divulga a boa ciência feita no Estado de São Paulo e mostra o que só a FAPESP faz no Brasil e que gera uma quantidade muito grande de conhecimento particular. São os nossos CEPIDs (Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão) e outros programas e projetos que permitem desenvolver pesquisas científicas de qualidade”, disse Regina Costa de Oliveira, gerente da Diretoria Científica da FAPESP.
As propostas devem conter o programa da Escola, delineando os diferentes temas de interesse, em caráter multidisciplinar. O programa deve definir claramente os objetivos do evento, assim como a metodologia empregada para atingi-los.
“Não se trata de um congresso ou de um evento que ocorre todos os anos sobre o mesmo tema. Todos os estudantes participantes de uma ESPCA devem ter noções básicas sobre o tema da Escola para serem imediatamente levados ao que há de mais moderno e avançado naquele tema”, disse Marcondes Cesar.
As propostas devem especificar o número de estudantes brasileiros e estrangeiros previstos para participar da Escola e a seleção dos participantes deverá ser realizada por uma comissão organizadora, presidida pelo pesquisador responsável pelo evento.
Cada ESPCA pode receber cerca de 100 estudantes, dos quais pelo menos metade deve vir do exterior ou de outros estados do Brasil. Para manutenção dos estudantes selecionados que venham de outras cidades, estados e países, os benefícios oferecidos são passagens aéreas, despesas de transporte terrestre local (aeroporto-hotel) e diárias na cidade que sediará a escola.
Também são cobertos os custos para a publicação de anúncios sobre o curso em revistas científicas de circulação internacional relevantes na área do conhecimento dos temas selecionados, entre outros especificados na chamada.
Como o número de participantes é restrito, estudantes locais que tenham interesse em participar do evento podem ser integrados como monitores e organizadores do evento. “Mas é preciso levar em conta que muitas aulas serão dadas em laboratórios que nem sempre comportam muitas pessoas”, disse Marcondes Cesar.
Integração com participantes
“Uma parte sempre muito interessante dos eventos é quando os estudantes apresentam os projetos que estão desenvolvendo. Isso difunde o conhecimento e ajuda muito no networking. O modelo de apresentação varia muito de um tema para o outro, de uma escola para outra, mas é interessante estimular essa troca”, disse Marcondes Cesar.
Outra recomendação àqueles que querem organizar uma ESPCA é que o número de palestrantes do evento não seja muito grande, de modo que os pesquisadores possam participar ativamente de toda a programação e ter boa integração com os alunos.
“Sabemos que a agenda de pesquisadores renomados costuma ser apertada, por isso é importante haver um equilíbrio – entre estrangeiros e brasileiros e que sejam incluídos pesquisadores de alta visibilidade internacional – para que alunos e professores possam acompanhar todo o processo de aprendizado ao longo da ESPCA”, disse Marcondes Cesar.
As ESPCAs recebem cientistas de alguns dos principais centros de pesquisa do mundo. Escolas realizadas tiveram entre seus professores ganhadores do Nobel como a israelense Ada Yonath, o japonês Ei-ichi Negishi, os norte-americanos Alvin Roth e John Nash e o suíço Kurt Wüthrich.
A instituição-sede da ESPCA precisa se comprometer com algumas contrapartidas, como a disponibilização de uma secretaria executiva, incluindo pessoal de apoio às atividades de organização e durante o evento, e o custeio de despesas de correspondência, entre outras.
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