Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – A FAPESP e a Statoil Brasil Óleo e Gás realizaram, no dia 7 de junho, um workshop para tirar dúvidas e apresentar os temas de pesquisa contemplados na chamada de propostas conjunta para a criação do Engineering Research Center in Reservoir and Production Management. A proposta selecionada contará, por um período de 10 anos, com até R$ 5 milhões anuais, divididos entre a FAPESP e a Statoil, para desenvolver um centro de pesquisas de grande impacto econômico, social e ambiental. A submissão de propostas pode ser feita até 28 de julho de 2017.
A criação do Centro tem por finalidade buscar soluções inovadoras para otimizar a produção e eficiência dos poços de petróleo, recuperar reservatórios e melhorar o manejo, nas atividades de perfuração e extração, da água retirada juntamente com o petróleo.
As propostas devem abranger três linhas de pesquisa: Otimização de Produção; Recuperação Avançada de Óleo; e Gerenciamento de Água. Em todas as linhas de pesquisa o objetivo principal é desenvolver tecnologias ou soluções que gerem economia, aumentem a eficiência e emitam menos carbono na atmosfera.
No workshop, foi destacado que cada solução deve ser implementada e desenvolvida de acordo com as características dos reservatórios operados pela Statoil no Brasil. A empresa opera no pré e no pós-sal, nas bacias de Santos, Campos, Espírito Santo e Jequitinhonha.
“A FAPESP tem expandido muito suas atividades na área de cooperação com indústrias por ser esta uma maneira de multiplicar os recursos e possibilitar avanço científico. Nesses projetos, de modo geral, a FAPESP entra com uma parte, a empresa com outra parte e as universidades com duas partes, sendo que para as universidades esses recursos já são destinados para sua própria atividade”, disse José Goldemberg, presidente da FAPESP.
“A FAPESP se beneficia, pois está conseguindo quatro vezes do recurso que teria disponibilidade. A universidade ganha em termos de equipamentos, material de consumo, bolsas e reserva técnica institucional sem colocar dinheiro a mais do que tem que pagar com salários e custos administrativos. E a empresa ganha também, já que é uma pesquisa de risco e ela está compartilhando o risco. Todos saem ganhando nesse sentido”, disse Roberto Marcondes Cesar Junior, da Coordenação Adjunta de Ciências Exatas e Engenharias da FAPESP.
Atualmente, a FAPESP apoia cinco outros Centros de Pesquisa em Enganharia, em parceria com GSK, Peugeot-Citroën, BG/Shell e Natura.
Pesquisa colaborativa
As dimensões, a estrutura e o funcionamento do Centro de Pesquisa em Engenharia – Gerenciamento de Reservatórios e de Produção de Petróleo e Gás deverão ser determinados com base nas atividades a serem realizadas no que se refere à pesquisa, disseminação e transferência de conhecimento.
Em particular, o Centro deve ser hospedado por uma instituição no Estado de São Paulo. A associação com outras instituições do Estado de São Paulo será considerada para aumentar o valor da proposta e, em alguns casos, pode ser essencial para tornar a proposta mais forte.
É importante que as propostas definam um foco científico e tecnológico comum para o Centro e que ele articule todas as atividades de pesquisa a serem desenvolvidas. “Um Centro de Pesquisa em Engenharia não é um conjunto de projetos independentes. Ele precisa ter uma missão e os pesquisadores que fazem parte do Centro precisam trabalhar juntos para alcançar essa missão”, disse Marcondes Cesar.
A expectativa da FAPESP é que a pesquisa no Centro evolua ao longo dos anos. “Isso significa que algum tópico apresentado na proposta pode ser alterado ou até extinto ao longo do tempo. Se a proposta incluir algum tópico que não foi apresentado no edital, a princípio não há problema, desde que os tópicos façam parte da missão do Centro de pesquisa”, disse.
Outro destaque é que a chamada de propostas não deve ser entendida como um programa de apoio institucional e, portanto, as divisões de pesquisa, departamentos, unidades e instituições não serão apoiados como tal.
Os projetos devem seguir as normas do Programa FAPESP de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), cujo objetivo é financiar projetos de pesquisa desenvolvidos em colaboração entre universidades ou institutos de pesquisa no Estado de São Paulo e empresas.
Os fundos alocados podem ser usados com um certo grau de autonomia. No entanto, a FAPESP e a Statoil manterão uma supervisão permanente com avaliações periódicas das atividades do Centro.
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