Agência FAPESP – O Observatório da Torre Alta da Amazônia (Atto, na sigla em inglês), começa em abril a coletar dados que vão ajudar os cientistas a decifrar a interação entre a floresta, a atmosfera e o clima, de acordo com a Assessoria de Comunicação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Com 325 metros de altura, a torre foi erguida no meio da Floresta Amazônica, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, a 150 quilômetros de Manaus, para monitorar o clima na região amazônica por um período de 20 a 30 anos.
A Torre Atto será usada como instrumento de pesquisa para medições do fluxo de carbono e de aerossóis e das propriedades da vegetação. “Estamos nos preparando para o uso científico da torre”, afirmou o gerente do Comitê Científico do Programa de Grande Escala Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Paulo Artaxo.
“A Torre Atto é um laboratório nacional e deve ser aberto para vários pesquisadores, independentemente de suas instituições”, diz Artaxo que também coordena o Projeto Temático da FAPESP “GoAmazon: interação da pluma urbana de Manaus com emissões biogênicas da Floresta Amazônica”. Green Ocean Amazon (GoAmazon) é uma campanha científica que reúne pesquisadores de diversas universidades e institutos brasileiros e norte-americanos e conta com o financiamento do Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE, na sigla em inglês), FAPESP e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), entre outros parceiros.
Inaugurada em agosto de 2015, A Torre Atto foi construída no âmbito de um consórcio entre os governos brasileiro e alemão, executado pelo Inpa, unidade de Pesquisa do MCTIC, Instituto Max Planck de Química e Biogeoquímica e Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O investimento foi de aproximadamente R$ 26 milhões.
A primeira torre do projeto Atto, com 85 metros – instalada ao lado da torre de 325 metros – está em operação desde 2013.
As dados gerados por esse equipamento já subsidiaram diversos estudos e papers, entre eles, o artigo , de Artaxo e outros pesquisadores, divulgado na revista Nature, que solucionou um mistério que intrigava os cientistas: a origem dos aerossóis atmosféricos que alimentam as nuvens da região amazônica em condições livres de poluição (Leia mais sobre a pesquisa em ).
As medidas coletadas por meio desse equipamento também foram utilizadas, por exemplo, em projeto desenvolvido no âmbito do GoAmazon, coordenado por Jeff Chambers, do Lawrence Berkeley Laboratory, que estuda a funções de compostos orgânicos voláteis na fisiologia das plantas (Leia mais sobre o projeto em ).