O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou a chamada para a participação de empreendedores no programa de desenvolvimento de 60 startups e o edital para selecionar o gestor do centro de inovação, que vai implementar a segunda fase do programa. A ideia é reunir em um mesmo espaço startups, médias e grandes empresas, investidores, universidades e centros de pesquisa. As iniciativas fazem parte do projeto BNDES Garagem.
Na cerimônia, o presidente do banco, Dyogo Oliveira, disse que a instituição está fazendo história com esse projeto. “Hoje para mim este é um dia histórico, que marca uma mudança na trajetória do BNDES para o desenvolvimento da economia brasileira”.
As startups interessadas em participar do projeto têm o prazo até 15 de fevereiro para a apresentação das propostas. Ao final desse prazo, haverá a escolha das que farão parte do programa. A seleção do gestor será no dia 12 de abril.
A primeira fase, com as statups, tem o custo de R$ 10 milhões. Dyogo Oliveira estimou que na segunda fase do projeto haverá mil postos de trabalho com a presença de 200 empresas. Para essa etapa o valor aumenta para R$ 20 milhões.
O presidente do BNDES destacou que os valores são pequenos em comparação a grandes projetos desenvolvidos pela instituição, como na participação em hidrelétricas, mas a importância é que as startups vão movimentar a economia. “São de naturezas diferentes. Quando se vai financiar uma hidrelétrica não tem como ser R$ 10 milhões. Custa alguns bilhões, é uma hidrelétrica, um negócio diferente. Mas dá para ser relevante e ter um impacto importante no país com programas mais baratos e que não são menos importantes. São programas que movimentam a economia, movimentam a camada de novos empreendedores, que são o futuro do país. Os caras que vão ser os empresários daqui a 10, 20, 30 anos sairão desses programas. Não só do BNDES, mas de outros que tenham. São esses caras que vão inventar os novos produtos e serviços”, disse.
Dyogo Oliveira disse que com o programa, o BNDES terá um novo viés de investimentos, acrescentando que o banco não será menos relevante por ter projetos de menor volume financeiro, porque esse é apenas uma das alternativas de incentivar o setor.
“Há uma sequência de instrumentos financeiros que são necessários para o desenvolvimento das empresas e que o banco pode ter uma participação muito relevante com volumes de recursos menores do que a gente teve historicamente”.
Renovação
No entendimento Dyogo Oliveira, o programa é uma renovação até da visão de desenvolvimento do banco, que, segundo ele, cresceu durante 60 anos com uma tese de que o desenvolvimento estava atrelado à industrialização. “O que a gente está vendo aqui é que não necessariamente vai ter indústria, mas vai ter serviço, vai ter intermediação financeira, vai ter Fintec, uma série de outras atividades que não necessariamente indústria. É o novo conceito de desenvolvimento. Esse programa tem a importância de marcar a mudança na concepção de desenvolvimento dentro do BNDES. Não é estritamente a industrialização. É o processo de desenvolvimento dos negócios que gera o desenvolvimento”, disse.
Dyogo Oliveira disse ainda que o projeto vai beneficiar a economia do Rio de Janeiro, que vem enfrentando uma crise financeira considerável, além das crises políticas e na área de segurança. “Iniciativas como esta, acredito, que podem contribuir para esse ambiente e gerar na cidade um dinamismo em negócios e a atração de talentos de outras regiões do país. Isso, no meu ver, cria um ambiente melhor de negócios e um ambiente de convivência e cidadania melhor”.
Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil
Edição: Fernando Fraga
07/12/2018
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