As contas externas brasileiras apresentaram resultado positivo em outubro. O superávit em transações correntes, que são compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com outras nações, chegou a US$ 329 milhões, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC). Esse é o melhor resultado para meses de outubro desde 2006, quando ficou em US$ 1,494 bilhão.
No mesmo mês do ano passado foi registrado déficit de US$ 686 milhões. De janeiro a outubro, houve déficit nas contas externas, que chegou a US$ 11,333 bilhões.
Em novembro, até o dia 23, o país registra déficit de US$ 1,7 bilhão. Com isso, a previsão do BC para este mês é de déficit de US$ 2,2 bilhões.
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, disse que o resultado das transações correntes tem sido positivo para a economia brasileira. “O país continua a ter um resultado das transações correntes bastante sólido, abaixo de 1% do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no país)”, disse. Em 10 meses, o déficit em transações correntes correspondeu a 0,7% do PIB e em 12 meses encerrados em outubro, 0,8% do PIB.
Entre os componentes das transações correntes está a balança comercial (exportações e importações de mercadorias), que apresentou superávit de US$ 5,448 bilhões no mês passado e de US$ 43,799 bilhões, de janeiro a outubro.
A conta renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) ficou negativa em US$ 2,281 bilhões no mês, e em US$ 29,309 bilhões de janeiro a outubro.
A conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$ 304 milhões no mês e US$ 2,140 bilhões em dez meses.
A conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de investimentos, entre outros) apresentou saldo negativo de US$ 3,142 bilhões em outubro, e de US$ 27,963 bilhões nos dez meses do ano. Rocha destacou que esse déficit de outubro foi o maior para o mês desde 2014. Segundo ele, com a recuperação da economia, a tendência é que esse resultado negativo aumente porque cresce a demanda por serviços do exterior.
Investimento estrangeiro
Em outubro, o investimento direto no país (IDP) chegou a US$ 10,382 bilhões a acumulou US$ 67,508 bilhões, em dez meses. Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque recursos são aplicados no setor produtivo.
O resultado de outubro foi o maior para mês, desde 2011, quando foram registrados US$ 11,1 bilhões. Em novembro, até o dia 23, o IDP chegou a US$ 9,4 bilhões e a expectativa do BC é que feche o mês em US$ 11 bilhões.
Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil
Edição: Valéria Aguiar
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27/11/2018