Um grupo criminoso impediu a circulação de agentes de saúde da campanha vacinal contra o sarampo no bairro Jorge Teixeira, em Manaus. Localizado na zona leste da capital amazonense, o bairro é um dos três com maior incidência da doença, juntamente com Cidade Nova e Novo Aleixo. O Plano de Intensificação Contra o Sarampo em Manaus teve início na segunda-feira (16).
Segundo a prefeitura, os profissionais de saúde, acompanhados de uma equipe de reportagem de TV, cumpriam a rota de visitas a moradores da região, quando foram surpreendidos e barrados por criminosos “filiados à falange de tráfico que ameaça dominar o estado”.
“Eu faço um apelo muito encarecido ao governador do estado: que entre com tudo que possa ter de força policial, porque nós não podemos nunca deixar que o Amazonas vire propriedade de traficantes”, afirmou o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto.
De acordo com o prefeito, a partir desta quinta-feira (19), a passagem pelas residências será executada com apoio de destacamentos policiais, a fim de garantir a segurança dos 900 agentes comunitários de saúde que integram o plano emergencial de imunização. Com visitas de agentes a domicílios entre 15 e 20h, incluindo em finais de semana, a ação foi planejada para atingir uma cobertura de, no mínimo, 95% da população manauense com idade entre 6 meses e 49 anos.
O bairro Jorge Teixeira apresentou, recentemente, 342 casos notificados de sarampo, concentrando os maiores índices da doença na cidade, seguido por Cidade Nova, que totaliza 265 notificações, Novo Aleixo, com 179, conforme dados da prefeitura. No total, Manaus já atinge 2.660 notificações da doença, das quais 444 são de casos confirmados, 119 foram descartados após investigação e 2.097 aguardam resultados laboratoriais.
O Plano de Intensificação Contra o Sarampo em Manaus tem sido pensado devido ao alastramento súbito da doença em território nacional, com surtos em Roraima e no Amazonas. Balanço do Ministério da Saúde aponta para 677 casos confirmados da enfermidade, que é transmitida de forma similar à gripe, por vias respiratórias.
A Agência Brasil entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, que, até a publicação desta matéria, não deu retorno.
Letycia Bond – Repórter da Agência Brasil
Edição: Valéria Aguiar
20/07/2018