A produção de grãos no período 2018/2019 deve chegar a 234,1 milhões de toneladas, volume 2,8% maior do que a safra passada, conforme levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo a entidade, a cultura que mais colaborou para a expansão das 6,5 milhões de toneladas extras foi o algodão, que deverá fechar o período com um aumento de 27,9% na produção (3,8 milhões de toneladas) e 33% na área de cultivo (1,6 milhão de hectares).
Na outra ponta, encontra-se, com o pior desempenho, o feijão. A estimativa nacional de área semeada com feijão, nesta primeira safra, é de 941,9 mil hectares, redução de 10,6% em relação à temporada passada.
O estudo aponta ainda para uma redução da soja no período. A queda na produção da leguminosa deve ser de 3,3%, embora a área de plantio tenha aumentado 1,9%. No total, estima-se que o volume produzido seja de 115,3 milhões de toneladas.
“Em relação ao último levantamento, a gente está diminuindo a previsão em 3,9 milhões de toneladas de soja. A soja foi plantada cedo, este ano, isso é uma coisa boa. Começou a chover cedo na maior parte das regiões e a soja foi plantada. Chegou em dezembro, janeiro, muitas lavouras estavam em seu momento reprodutivo. Então, isso causa um decréscimo na produtividade. Por outro lado, como foi plantada muito cedo, houve espaço para se plantar algodão e agora está se plantando milho”, explicou o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eduardo Sampaio.
“Quanto ao feijão, é um comportamento muito comum. A gente colhe pouco. Quando tem uma quebra de safra, não tem de onde importar, porque os feijões consumidos no mundo, a gente não consome aqui e não adianta importar, porque não teria consumo. Quando tem uma safra um pouco maior, o preço cai muito. Você não tem um mercado internacional como tem para milho e soja. A flutuação de preço é muito elevada. Este ano, o feijão ficou muito caro porque teve uma quebra importante na primeira safra”, acrescentou.
O milho primeira safra também perdeu em produção, atingindo 26,5 milhões de toneladas, e em área, encurtada em 1,2% do seu total. Quando considerada a segunda safra, porém, a produção esperada do cereal é de 91,7 milhões de toneladas, 13,6% a mais do que em 2017/2018.
12/02/2019
Por Letycia Bond – Repórter da Agência Brasil
Edição: Lílian Beraldo
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